O deputado estadual Anibelli Neto, que venceu no último sábado (31) a disputa pelo controle do MDB no Paraná, afirmou estar tranquilo em relação aos rumos que o partido irá tomar daqui para a frente. Logo após o resultado da convenção partidária, cujo placar ficou em 203 a 77, o ex-governador e ex-senador Roberto Requião, que encabeçava a chapa derrotada, anunciou a saída da legenda e, com ele, deve levar outros correligionários. Um deles, o filho, deputado estadual Requião Filho.

Imagem ilustrativa da imagem Anibelli Neto diz que Requião usa ‘desculpa esfarrapada’ para deixar o MDB
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“O partido continua do jeito que está. O MDB é diferenciado porque tem muita força na base, muitas lideranças, vamos prestigiar a todos que tiverem a dignidade de se manter no partido”, disse Anibelli Neto nesta segunda-feira (2), em entrevista à FOLHA. “Ganhar e perder convenções fazem parte da democracia interna do MDB. A gente não imaginava que a diferença seria tão grande, mas demonstra o sentimento dos delegados, que são quem mais têm conhecimento e história dentro do partido”, disse o presidente recém-eleito.

Desde o sábado, após a divulgação do resultado da convenção partidária, Roberto Requião tem usado as redes sociais para alfinetar o MDB e os atuais líderes da legenda. Em seu perfil no Twitter, atacou Anibelli Neto e o vice, o deputado federal Sergio Souza, pelo alinhamento ao governador Ratinho Junior e ao presidente da República, Jair Bolsonaro.

No final da manhã desta segunda-feira, Requião postou uma foto assinando a desfiliação do partido que ajudou a fundar há quase 40 anos e pelo qual disputou e venceu as eleições para prefeito de Curitiba, deputado estadual, governador e senador. Ele não esconde a intenção de voltar ao Palácio Iguaçu em 2023.

Anibelli Neto disse que não gostaria que Requião deixasse o MDB, mas desdenhou da perda. “Que seja feliz e outros que saíram vão voltar. A cada um que sair, vamos filiar outros cinco.”

Sobre os questionamentos feitos por Requião a respeito do posicionamento ideológico dos novos dirigentes da legenda, o deputado estadual chamou de “desculpa esfarrapada”. “Ele está arrumando uma desculpa esfarrapada. Respeito a história dele, continuo respeitando a história dele no MDB, mas que fique no partido e lute. É assim que se faz política. Ganhar e perder fazem parte do jogo.”