Durante a entrega das obras de ampliação do Aeroporto Governador José Richa (LDB), nesta quarta-feira (22), um tema frequente nas entrevistas coletivas foi a judicialização, por parte do município de Londrina, para a ampliação em mais 450 metros da pista de pouso e decolagens e a construção de uma nova pista de táxi no aeroporto.

A FOLHA mostrou com exclusividade, em dezembro de 2024, que a PGM (Procuradoria-Geral do Município) foi à Justiça para garantir o cumprimento de um termo de cooperação técnica firmado entre Londrina e a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), em 2016. O contrato de concessão, assinado em 2021 pela CCR, não prevê as melhorias do acordo anterior.

O município fez a sua parte, desapropriando áreas no entorno do aeroporto, mas a ampliação - à época - de 600 metros nunca ocorreu. A CCR aumentou em 150 metros a pista, mas há cobrança para que a melhoria não fique esquecida. A Justiça já marcou uma audiência de conciliação para março.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que irá se reunir com a concessionária “para trabalhar para essa ampliação”. Ele também destacou a necessidade do taxiway, a pista para taxiamento das aeronaves, indispensável para a melhor manobrabilidade, e da instalação do ILS.

“É uma prioridade para o governo do presidente Lula poder ampliar os investimentos em Londrina, ao lado da CCR e do governador Ratinho Junior. A gente tem trabalhado nessa parceria”, ressaltando que a ampliação da pista será discutida.

O prefeito Tiago Amaral (PSD) se manifestou no mesmo sentido, dizendo estar determinado a fazer o aeroporto ter “as dimensões que a gente precisa”.

“O que estamos pleiteando é essa ampliação [em mais 450 metros], o nosso ILS e também a pista de taxiamento. Isso foi combinado e nós trabalhamos em cima disso. Temos outras oportunidades, outras perspectivas. Eu tenho muito interesse nessa estrutura de cargas para Londrina”, disse o prefeito.

“O taxiway vai agilizar, vai dar celeridade na chegada e saída dos voos. Isso transforma a vida das companhias aéreas, dá mais dinâmica para chegar e sair com os voos. Isso transforma Londrina como um destino mais atrativo para as empresas", acrescentou.

‘EXCESSO DE ZELO’

O governador Ratinho Junior, em contrapartida, pareceu menos entusiasmado com a possibilidade de uma nova ampliação da pista. Ele disse que “não há necessidade” em mais 450 metros” e que a pista de Londrina “é do tamanho da de Congonhas”.

“Isso é um excesso de zelo, nem a própria Anac exige isso. Mas é claro que o aeroporto tem a necessidade de estar reinvestindo, pensando no futuro. Mas hoje não tem essa necessidade [de ampliação]. Hoje, com esse porte, está no tamanho ou até maior que 90% dos aeroportos do Brasil, do interior”, afirmou Ratinho.

QUEM VEIO

Dezenas de políticos e autoridades acompanharam a entrega das obras de ampliação do aeroporto. Junto com Ratinho Junior vieram os secretários estaduais da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex; do Turismo, Marcio Nunes; e da Saúde, Beto Preto; e o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin. Também compareceram os deputados federais Luísa Canziani (PSD), Luiz Nishimori (PSD), Tião Medeiros (PP), Filipe Barros (PL) e Luiz Carlos Hauly (Podemos); e os deputados estaduais Cloara Pinheiro (PSD), Cobra Repórter (PSD), Pedro Paulo Bazana (PSD) e Jairo Tamura (PL). Outros presentes foram o chefe do Departamento de Logística do BNDES, Tiago Ferreira; o superintendente de Regulação Econômica de Aeroportos da ANAC, Renan Brandão; e o secretário nacional de Aviação Civil, Tomé França.

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