Imagem ilustrativa da imagem Aluno de Olavo de Carvalho, londrinense deixa Ministério da Educação
| Foto: Reprodução/Facebook



Considerado o "guru" intelectual de Jair Bolsonaro, o filósofo Olavo de Carvalho orientou aos alunos que teve e que ganharam cargos na nova gestão a deixarem o governo. Em publicação nas redes sociais nesta sexta-feira, 8, ele diz que a equipe de Bolsonaro está cheia de inimigos do próprio presidente e do povo.

Um dos alunos é Silvio Grimaldo, que trabalha diretamente com o ministro. Em seu perfil no Facebook, Grimaldo afirmou que não foi expulso do MEC (Ministério da Educação), onde trabalhava como assessor.

"Trabalho com o professor Vélez [ministro Ricardo Vélez] desde a transição. Na verdade, desde antes, ainda durante a campanha, quando numa reunião em minha casa, eu e um amigo recomendamos seu nome para o ministério, assim como uma porção de nomes que agora são deslocados para funções inócuas, sem serem demitidos ou exonerados", explicou na publicação.

Segundo a postagem, Grimaldo foi avisado por telefone, durante o carnaval, que perderia suas funções no gabinete e seria transferido para a CAPES, onde deveria "enxugar gelo e 'fazer guerra cultural'".

"O cargo era apenas um prêmio de consolação pelos serviços prestados, uma política comum com os que se tornam indesejados no MEC. Dada a absurdidade da proposta, que veio como uma decisão tomada e consumada, e vendo que o mesmo destino fôra dado a outros funcionários ligados ao Olavo (apenas olavetes foram transferidos) e mais alinhados com as mudanças propostas pela eleição de Bolsonaro, não vi outra saída senão comunicar ao ministro meu desligamento pedir minha exoneração, que deve sair nos próximos dias", afirmou.



"Jamais gostei da ideia de meus alunos ocuparem cargos no governo, mas, como eles se entusiasmaram com a ascensão do Bolsonaro e imaginaram que em determinados postos poderiam fazer algo de bom pelo país, achei cruel destruir essa ilusão num primeiro momento", escreveu.

"Mas agora já não posso me calar mais. Todos os meus alunos que ocupam cargos no governo - umas poucas dezenas, creio eu - deveriam, no meu entender, abandoná-los o mais cedo possível e voltar à sua vida de estudos", continuou. "O presente governo está repleto de inimigos do presidente e inimigos do povo, e andar em companhia desses pústulas só é bom para quem seja como eles."

O professor vem criticando o vice-presidente Hamilton Mourão. "O maior erro de minha vida de eleitor foi apoiar o General Mourão", escreveu na terça-feira (5). "Não cessarei de pedir desculpas por essa burrada". Na quinta-feira, 7, quando questionado sobre as críticas, Mourão respondeu o gesto de um beijo com a mão.

Veja os tweets do filósofo:



Influência

É atribuída a Olavo de Carvalho a indicação de Ernesto Araújo para ocupar o Ministério das Relações Exteriores no governo de Jair Bolsonaro.