Alexandre Curi deverá ser eleito presidente da Alep na segunda-feira
Deputado do PSD encabeça chapa única registrada até o momento para a sucessão de Ademar Traiano
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 06 de agosto de 2024
Deputado do PSD encabeça chapa única registrada até o momento para a sucessão de Ademar Traiano
José Marcos Lopes, especial para a Folha
Curitiba - O deputado estadual Alexandre Curi (PSD) deverá ser o novo presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A eleição será na próxima segunda-feira (12) e Curi encabeça a única chapa registrada até agora. Além dele, compõem a chapa Flávia Francischini (União Brasil), como primeira vice-presidente; Gugu Bueno (PSD), como primeiro secretário; e Maria Victoria (PP) como segunda secretária, cargo que ela já ocupa. O restante da chapa ainda não foi definido. Curi é neto do ex-deputado Anibal Khoury, que morreu em 1999.
O anúncio da eleição foi feito nesta terça (6) pelo presidente da Alep, Ademar Traiano (PSD), desgastado pela divulgação do acordo de não persecução penal firmado com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), para não responder criminalmente por um pedido de propina feito para um prestador de serviços da Alep em 2015. Traiano não deverá ocupar nenhum cargo na nova Mesa Diretora.
O deputado Hussein Bakri (PSD) deverá ser mantido na liderança da bancada governista. Outros cotados para ocupar cargos de primeiro escalão na Alep eram Ney Leprevost (União Brasil) e Marcel Micheletto (PL), mas ele poderão ter outros postos na formação da nova Mesa Diretora.
A eleição para a Mesa Diretora seria em fevereiro de 2025, mas o deputados decidiram antecipar a disputa para evitar o desgaste gerado pelo caso envolvendo Traiano. O deputado foi cinco vezes presidente da Alep e não poderia concorrer em uma nova eleição. Ele pôde se candidatar na última disputa porque o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu as reeleições em 2022.
Desgaste
Em dezembro do ano passado, foi divulgado que Traiano e o ex-deputado Plauto Miró Guimarães (União Brasil) cobraram R$ 200 mil de propina para renovar o contrato com uma empresa que prestava serviços para a TV Assembleia. As conversas foram gravadas, mas os parlamentares não responderam a processos criminais porque fizeram um acordo com o MP-PR, em que devolveram os valores e pagaram multa. Traiano disse no início deste ano que se tratava de uma doação eleitoral.
No primeiro semestre, o deputado Requião Filho (PT) apresentou um projeto para impedir que deputados que firmaram acordos com o MP-PR ocupassem cargos na Mesa Diretora (eles assinariam um termo de compromisso), mas a proposta não foi analisa pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alep.