ACM critica Jáder e quer Sarney como seu sucessor
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quarta-feira, 11 de outubro de 2000
Agência Estado De Brasília
O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse ontem que a candidatura do senador José Sarney (PMDB-AP) à sua sucessão no comando do Congresso está acima dos partidos políticos. Ele voltou a desqualificar o presidente do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), que tem pretensões ao cargo, ressaltando que ele não detém os requisitos indispensáveis para o mandato.
Aliados do senador Sarney revelaram que Sarney vem mantendo contatos políticos na tentativa de viabilizar o seu nome a partir de novembro. No entanto, sua maior dificuldade reside no PMDB: sua eventual candidatura deverá rachar o partido que, segundo avaliação dos peemedebistas, estaria fechado com o nome de Jader Barbalho. Sarney terá votos não só do PMDB, responde ACM. Sarney está causando constrangimentos dentro do partido, e deveria definir logo se será ou não candidato, rebateu um senador do PMDB.
Um argumento em favor de Sarney, segundo senadores do PFL, seria o fato dele não ter impedimento legal para assumir interinamente a presidência da República caso o presidente Fernando Henrique Cardoso e o vice Marco Maciel se desincompatibilizarem do cargo para disputar um mandato eletivo em 2002. Sarney tem mandato até 31 de janeiro de 2007. Já outros postulantes à presidência da Câmara e Senado não poderiam assumir a Presidência, uma vez que ficariam inelegíveis em 2002.
Enquanto Sarney não define a candidatura, Barbalho fez ontem um novo ataque a ACM. Mas, desta vez, irritou o presidente Fernando Henrique. Em nova carta endereçada ao senador Pedro Simon (PMDB-RS) para revidar as acusações de ACM na véspera, Barbalho cobrou uma postura do presidente diante das denúncias feitas pelo baiano contra ministros do governo.
Em um trecho da carta, Barbalho usa o exemplo do governador de Minas, Itamar Franco (sem partido), maior desafeto do presidente, para sugerir que Fernando Henrique desafiasse publicamente ACM a formalizar as acusações a ministros do governo. Com certeza, se o presidente da República adotar o exemplo do ex-presidente Itamar, teremos mais um triste espetáculo de desmoralização do chantagista, acrescentou. Essa postura de Jader deixou o presidente numa situação muito delicada. Que tipo de aliado é este?, criticou um auxiliar do Governo.