O Brasil tem 1.310.194 eleitores entre 16 e 17 anos, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Nessa faixa etária, o voto é facultativo e atrair a atenção dos jovens para o processo eleitoral não é uma tarefa simples. Muitos adolescentes que completam 16 anos não se interessam nem em fazer o título de eleitor, quanto mais em ir às urnas no dia da votação.

Em 2018, a FOLHA de Londrina realizou uma série de palestras em escolas com alunos do ensino médio falando sobre a importância dos jovens se interessarem por política e participarem do debate que normalmente antecede o pleito. A maioria dos estudantes com idade entre 16 e 18 anos que assistiu a palestra não havia feito o título de eleitor, que é um direito para que completa 16 anos.

Em 2020, o Brasil terá eleição, desta vez para prefeitos e vereadores. Devido à pandemia do novo coronavírus, a data do pleito foi adiada e nesta semana o Congresso deve definir um novo cronograma.

A fim de sensibilizar os jovens sobre a importância de se comprometerem com a política local, o TSE lançou nesta segunda-feira (22) uma campanha digital para incentivar a participação de jovens nas eleições municipais chamada "Eu na Prefeitura, Eu na Câmara".

O Tribunal vai incentivar jovens com idade entre 16 e 25 anos a enviarem vídeos falando sobre o que falta na cidade onde moram e o que eles fariam para melhorar a situação caso fossem eleitos prefeito ou vereador. Os melhores vídeos vão fazer parte de uma campanha da Justiça Eleitoral de incentivo ao voto.

Inicialmente, as eleições municipais estavam previstas para outubro, mas o avanço da pandemia obrigou a suspensão do processo e adiamento está sendo apresentado por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição de autoria do senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá.

É um grande desafio atrair a atenção dos jovens para o processo eleitoral em um ano em que eles foram extremamente impactados pela pandemia do novo coronavírus. Escolas de todo o País estão fechadas e as consequências das aulas a distância podem ser catastróficas para quem não tem acesso à internet e nem o apoio dos pais para levar adiante a rotina escolar de forma remota.

Não é apenas um desafio, mas também uma missão importante de pais, educadores e agentes públicos. É preciso aproximar o jovem da política a fim de que eles se tornem protagonistas das mudanças que acontecerão em sua cidade, estado e País.

E a juventude já entra no processo com uma vantagem natural: aquele desejo de mudar, de questionar e de se indignar frente às injustiças. É preciso admitir que os jovens de hoje se tornaram mais atentos à política devido ao uso massivo da internet. Mas esse interesse precisa extrapolar o ambiente digital e chegar ao exercício do voto. Vamos incentivar os jovens a se interessarem por política!

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