An­tes da evo­lu­ção pa­ra o sis­te­ma ele­trô­ni­co, afir­ma­va-se que os vo­tos ­eram de­po­si­ta­dos em ur­nas in­de­vas­sá­veis. In­da­vas­sá­vel, ho­je, sig­ni­fi­ca que a ur­na tem que ser, tam­bém, re­sis­ten­te a even­tuais ata­ques de hac­kers. O Tri­bu­nal Su­pe­rior Elei­to­ral (TSE) fez tes­tes de se­gu­ran­ça nas ur­nas ele­trô­ni­cas que se­rão uti­li­za­das nas elei­ções de 2010 e con­cluiu, on­tem, que ­elas são ‘‘to­tal­men­te ­seguras’’.
  Por­tan­to, o sis­te­ma ado­ta­do pe­lo Tri­bu­nal no ano que vem é de tal for­ma pre­ca­vi­do que ne­nhum hac­ker con­se­gui­rá in­va­dir e ‘‘­plantar’’ mal­da­des. Tro­can­do em miú­dos: de­pois de sub­me­ter as ur­nas a hac­kers e es­pe­cia­lis­tas em com­pu­ta­ção - que ten­ta­ram bur­lar a se­gu­ran­ça do sis­te­ma -, o TSE con­cluiu que ele es­tá pro­te­gi­do con­tra frau­des.
  É vá­li­da a preo­cu­pa­ção do TSE. ­Quem qui­ser sa­ber o des­gas­te e o pre­juí­zo de um va­za­men­to de in­for­ma­ção per­gun­te aos or­ga­ni­za­do­res do ­Enem. Bas­tou o MEC ne­gli­gen­ciar e deu no que deu. As pro­vas fo­ram al­vo da frau­de ­mais gros­sei­ra.
  Com a ga­ran­tia do TSE, nin­guém du­vi­da da in­vio­la­bi­li­da­de das ur­nas e da efi­cá­cia na con­du­ção do pro­ces­so. Is­to, po­rém, ocor­re ­após o su­frá­gio e não é su­fi­cien­te pa­ra ga­ran­tir a qua­li­da­de e a au­ten­ti­ci­da­de do re­sul­ta­do. Tam­bém não ga­ran­te que pre­va­le­ça a de­mo­cra­cia.
  Exem­plo? O uso da má­qui­na dis­tor­ce e rou­ba o sen­ti­do de­mo­crá­ti­co de uma elei­ção. As prá­ti­cas de com­pra in­di­re­ta de vo­tos são ou­tro ar­ti­fí­cio. É pre­ci­so fis­ca­li­zar as cam­pa­nhas. ­Elas vi­vem car­re­ga­das de ar­ti­fí­cios. O uso da má­qui­na ocor­re de ­duas for­mas, a os­ten­si­va, com inau­gu­ra­ções que vi­ram pa­lan­ques. E as ar­ti­cu­la­ções que vi­sam coop­tar alia­dos. A pro­pa­gan­da ofi­ciail do go­ver­no cos­tu­ma ser per­mea­da por dis­far­ça­dos ape­los elei­to­rais.
  A se­gu­ran­ça das ur­nas es­tá ga­ran­ti­da. A li­su­ra da cam­pa­nha e do plei­to é al­go ­mais am­plo. Fal­ta a cer­te­za de que ne­nhum ro­lo com­pres­sor de­tur­pa­rá a li­vre es­co­lha e que o abu­so do ho­rá­rio nas TVs não fi­que im­pu­ne. Em tem­po: em es­ta­dos on­de a opo­si­ção é go­ver­no, o uso da má­qui­na tam­bém é fa­to.