Urgência do combate ao aquecimento global
Os dados indicam que o planeta bateu em 2023 um novo recorde de emissões de gases do efeito estufa
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
Os dados indicam que o planeta bateu em 2023 um novo recorde de emissões de gases do efeito estufa
Folha de Londrina
O problema é global e urgente. O aquecimento do planeta está gerando efeitos cada vez mais catastróficos. Furacões, enchentes, ondas de calor e de frio extremos.
Um estudo das Nações Unidas divulgado nesta quinta-feira (24) na Colômbia, durante evento da entidade, mostra que ainda é tecnicamente possível limitar o aquecimento global a 1,5 ºC. Esse é o limite, de acordo com cientistas, para evitar os piores efeitos climáticos.
No entanto, os dados indicam que o planeta bateu em 2023 um novo recorde de emissões de gases do efeito estufa, que alimentam o fenômeno: 57,1 gigatoneladas de CO2 equivalente, o que representa um aumento de 1,3% em relação a 2022. O crescimento ficou acima da média registrada na década anterior à pandemia da Covid-19, que foi de 0,8%.
"Estamos em um momento decisivo para a crise climática. Precisamos de uma mobilização global em escala e ritmo nunca antes vistos, começando agora mesmo, antes da próxima rodada de promessas climáticas, ou a meta de 1,5°C logo estará morta e 2°C ocupará seu lugar na unidade de terapia intensiva", afirmou a diretora-executiva do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), Inger Andersen.
Os compromissos atuais para 2030, além de não estarem sendo cumpridos, são insuficientes para estancar a crise, afirmam os cientistas. Mesmo que fossem cumpridos, a projeção é que os termômetros ainda podem subir até 2,8°C.
Por isso, aponta a entidade, é essencial que a comunidade internacional se mobilize para mitigar os efeitos do aumento global de temperatura. Pelos cálculos do Pnuma, a atualização das NDCs (contribuições nacionalmente determinadas) - que devem ser apresentadas até o início de 2025, antes da realização da COP30, em Belém - precisa derrubar os gases de efeito estufa de forma drástica, com uma redução de 42% das emissões anuais até 2030 e de 57% até 2035.
Diante das evidências apresentadas, torna-se claro que a humanidade enfrenta um dos maiores desafios de sua história. A janela para evitar um colapso climático mais profundo está se fechando rapidamente. O estudo das Nações Unidas reforça que a meta de limitar o aquecimento a 1,5 ºC ainda é tecnicamente possível, mas exige ações imediatas e ambiciosas. Não basta renovar promessas; é imperativo agir com urgência e compromisso real.
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