As chuvas recorrentes nos últimos dias na região causam transtornos e prejuízos imediatos, como enchentes e quedas de árvores. A água, porém, traz um outro perigo silencioso que tende a se mostrar em um prazo maior: o acúmulo em pontos que se transformam em focos do Aedes aegypti, o temido mosquito da dengue.

Como as estatísticas e as graves epidemias do passado mostram, as cidades da região, com clima quente, tendem a sofrer com a infestação do mosquito caso um plano de combate à proliferação não seja bem executado. E como o mosquito da dengue não enxerga linhas divisórias entre municípios, o planejamento de ações deve ser comum.

Com essa consciência, as prefeituras de Londrina e Cambé uniram esforços para conter o avanço da dengue e lançaram a campanha “Londrina sem Dengue – sua ação salva vidas” na manhã desta quinta-feira (6), na sede da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Panissa/Maracanã, localizada na zona oeste do município.

As pessoas que compareceram ao lançamento da campanha puderam conferir uma exposição interativa, que demonstrou os principais criadouros do Aedes aegypti e como eliminá-los. Essa estratégia inclui mobilizações nos bairros mais afetados, pulverização de inseticidas e conscientização da população sobre a eliminação de criadouros.

O aumento dos casos da doença e da circulação do sorotipo 3 do vírus preocupam as autoridades da vigilância epidemiológica. O prefeito de Londrina, Tiago Amaral, falou sobre a possibilidade de contratação temporária de agentes de endemias, reforçando a prioridade para servidores efetivos.

Contudo, mesmo com a dedicação do poder público, a erradicação da dengue só será possível se a população assumir um papel ativo na prevenção. O prefeito de Cambé, Conrado Scheller, alertou que os esforços municipais serão ineficazes sem a colaboração dos cidadãos.

A orientação é conhecida pela maioria da população, mas deve ser sempre reforçada: evitar acúmulo de lixo, descartar corretamente recipientes que possam acumular água e manter quintais limpos. Pequenas ações individuais, como tampar caixas d'água e eliminar pneus e garrafas abandonadas, podem fazer a diferença na redução da infestação do mosquito.

A prevenção à dengue exige um esforço de todos. A parceria entre Londrina e Cambé é um exemplo positivo de colaboração regional, mas é necessário que a população também se envolva ativamente e que as autoridades estaduais e federais assumam maior responsabilidade no financiamento de soluções duradouras. Apenas com essa união de forças será possível evitar novas epidemias e preservar a saúde pública.

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