Janaína Paschoal

Li com certa surpresa o comentário feito pela deputada estadual de São Paulo, Janaina Paschoal, publicado na edição de 17 de março. Digo com surpresa porque sempre acreditei que ela fosse mais uma defensora incondicional do nosso presidente mesmo quando (quase sempre!) ele tem rompantes nada republicanos. Mas uma coisa essa ilustre deputada sempre teve: coerência!! E mais uma vez o demonstra ao criticar as últimas atitudes do presidente ao desrespeitar o seu próprio ministro da saúde em relação ao sério problema da Covid-19. Devo confessar que nada que venha do nosso presidente me surpreende, mas aquela atitude diante dos seus minguados e fanáticos seguidores foi demais. A deputada, por sua reconhecida capacidade jurídica, especialmente na área constitucional, sabe bem o que está fazendo quando defende a saída do presidente pela sua atitude irresponsável. Em discurso na Assembleia de S.Paulo ela afirmou: "Esse Senhor tem que sair da Presidência da República, deixa o (Hamilton) Mourão (vice-presidente), que entende de defesa, conduzir a Nação". Particularmente, devo dizer que pelas poucas atitudes e poucas vezes em que se pronunciou, apreciei muito o posicionamento equilibrado do nosso vice-presidente. No mesmo pronunciamento a deputada criticou também o governador João Dória mostrando, assim, sua imparcialidade. Essa é uma atitude a ser respeitada e, partindo de uma constitucionalista, navega firmemente nas águas do Estado Democrático de Direito! Não tem o ranço do que prega uma minoria fanática que "luta" pela volta de um regime ditatorial!!!

Edgar Baer, advogado (Londrina)

À espera de um estadista

Continuaremos esperando por um estadista! O Brasil tem perdido oportunidades valiosas para o seu desenvolvimento, por erros capitais na governança. A história mostra inúmeros desses equívocos, todavia, dois mais recentes atestam esse raciocínio. Nos mandatos de Lula a economia surfou na onda da explosão das commodities, fazendo o nosso PIB atingir taxas superiores a 7% no ano. Mas o petista preferiu enveredar para o caminho da corrupção. Deixou de investir pesado na infraestrutura, promoveu a Copa do Mundo e a Olimpíada, abrindo as torneiras dos cofres públicos para o roubo generalizado da sua quadrilha aliada. Quando "comprou" o poder decisório da maioria dos parlamentares do Congresso, perdeu a grande oportunidade de fazer as imprescindíveis reformas administrativa, econômica e tributária. Agora, o presidente Bolsonaro montou um dos mais capacitados ministérios dos últimos 30 anos. Por razões diversas, que vão desde o seu estilo pessoal, passando por atitudes muitas vezes inexplicáveis, intempestivas e impróprias, e desaguando numa inconveniente prematura disputa eleitoral para 2022, não está conseguindo liderar essa extraordinária equipe ministerial e nem mesmo aliados políticos, tornando-se presa fácil para opositores. Mais uma vez o Brasil perde a oportunidade de se transformar numa grande potência e os brasileiros vão ter que esperar por mais algum tempo a chegada de um grande estadista na presidência da República.

Ludinei Picelli, Administrador de empresas (Londrina)