O recado que veio do Senado na tarde desta terça-feira (1) foi claro. Um grupo de senadores alertou que a votação do primeiro turno da reforma da Previdência seria “pelo Brasil”. Mas o segundo turno ficaria condicionado ao cumprimento de compromissos assumidos pelo governo federal. A tão falada “velha política” se manifesta novamente.

Até o fechamento desta edição a expectativa era que a Casa aprovasse a matéria em primeira discussão.

A insatisfação dos senadores é atribuída ao risco de a divisão de recursos do megaleilão do petróleo sofrer alteração na Câmara. Outra reclamação é que o pacto federativo ainda está travado. Trata-se do conjunto de medidas que tem como objetivo destinar mais recursos para Estados e municípios.

Como altera a Constituição, a proposta da reforma da Previdência precisa ser aprovada em duas etapas e exige pelo menos 49 dos 81 votos do Senado. Na Câmara, ela foi aprovada em discussão final no dia 7 de agosto.

O recado do Senado causa tanta estranheza quanto revolta. Afinal, todas as votações não deveriam ser “pelo Brasil”? Independente de compromissos e favores, o trabalho de um parlamentar não deveria ser sempre em defesa dos interesses do cidadão?

A mudança nas regras da Previdência é a principal promessa de governo do presidente Jair Bolsonaro para o ano de 2019 e é essencial para salvar as contas públicas de um colapso.

Mas não é a única mudança necessária. Outra reforma crucial para o desenvolvimento do Brasil é a tributária. Na edição desta terça-feira (1), a FOLHA trouxe entrevista com o ex-deputado federal Luiz Carlos Hauly, autor da proposta que tramita no Senado.

Segundo Hauly, se a reforma tributária não for aprovada, o PIB (Produto Interno Bruto) crescerá apenas 1% em 2020 e não o 1,8% previsto pelo Banco Central. “E, se for aprovada a reforma, em vez de crescer 1,8%, vai crescer 3,6%”, afirmou o ex-deputado paranaense. Um motivo mais do que convincente para Congresso e Executivo dialogarem em favor do Brasil e aprovarem com urgência as reformas estruturais.

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