A aprovação da reforma da Previdência abriu espaço, no Congresso, para que o governo federal dê continuidade ao andamento de outras pautas do ministro da Economia, Paulo Guedes. É claro que as mudanças nas regras das aposentadorias dos brasileiros dominaram a agenda política da Câmara e do Senado em 2019 e a pergunta agora é quanto tempo levará a discussão em torno das outras reformas estruturais.

A reforma da Previdência se tornou a principal bandeira do presidente Jair Bolsonaro para combater o déficit fiscal federal, mas o governo não pode descuidar das articulações para aprovação das outras pautas que contribuirão para promover o equilíbrio das contas públicas.

Na edição deste FDS, a FOLHA ouviu senadores e deputados do Paraná sobre os próximos passos do Congresso para avançar a pauta reformista do governo, como as reformas tributária e administrativa, além do pacto federativo.

O senador Flávio Arns acredita que a análise sobre as regras tributárias deva ocupar o papel central no Congresso, assim como a discussão sobre o Pacto Federativo e a revisão da distribuição de recursos entre União, Estados e Municípios. Na opinião dele, como são temas urgentes, as discussões podem caminhar em conjunto.

Já o senador Oriovisto Guimarães explica que a reforma tributária depende fundamentalmente da iniciativa do governo e afirma que gostaria que o Congresso participasse de medidas que tornariam a Justiça brasileira mais ágil - outra pauta bastante necessária.

Mesmo com a evidente desarticulação no PSL, partido do presidente Bolsonaro, pode-se dizer que após a reforma da Previdência passar no Senado o ambiente está propício para temas que envolvam mudanças. Não podemos desperdiçar oportunidades e as propostas estão prontas.

Cabe ao governo mostrar à opinião pública as vantagens que as reformas trarão para a sociedade no sentido de diminuir as desigualdades, ajudar na criação de empregos e a criar um ambiente favorável à inovação e à modernização. E, principalmente, corrigir uma infeliz ideia que há muito tempo move alguns políticos e gestores públicos: a ilusão de que o dinheiro público é inesgotável.

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