Familiares de jovens que se preparam para prestar o vestibular ou as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) sabem como é difícil vencer o estresse que normalmente acometem os estudantes. Nesse período de pandemia por conta do novo coronavírus, a ansiedade é potencializada. Primeiro porque as aulas presenciais deram espaço para as atividades remotas e segundo porque há dúvidas quanto a datas e prazos.

O Enem, a princípio, está mantido. Mas há um movimento no Congresso para adiar as provas justamente para os estudantes que não conseguem acompanhar as aulas on-line. Nesta terça-feira (19), o Senado deve discutir em sessão projeto que adia o Enem.

As escolas estão fechadas desde março e algumas instituições falam em retorno a partir de agosto. É preciso avaliar como está sendo a preparação dos estudantes longe das salas de aula e também é necessário estudar um plano de prevenção de contágio em uma prova que no ano passado mobilizou mais de seis milhões de alunos em todo o Brasil.

Diante desse cenário, foi uma atitude positiva da Caps (Coordenadoria de Processos Seletivos) da UEL (Universidade Estadual de Londrina) anunciar que está finalizando uma proposta de alteração do calendário e do formato do vestibular 2021. O objetivo da mudança é justamente adequar o concurso à crise de saúde provocada pelo coronavírus.

Uma das maiores preocupações da UEL é justamente tratar com precaução um evento que naturalmente provoca aglomeração de pessoas. A proposta ainda deverá ser submetida à aprovação por parte do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, no próximo mês. Ela prevê a realização do concurso em uma única fase, em data a ser agendada a partir do final de janeiro do próximo ano. As provas serão realizadas somente em Londrina, e não em Curitiba e Cascavel, como no último concurso. As inscrições deverão ser abertas a partir de setembro e a intenção é não aumentar o custo do vestibular.

O anúncio antes da definição de uma data teve como objetivo, segundo a UEL, procurar tranquilizar os candidatos sobre a realização do Vestibular, para que possam adequar a agenda. No ano passado, 22 mil pessoas se inscreveram no vestibular da UEL.

A decisão sobre o adiamento precisa levar em conta a realidade em que vivem os estudantes que não possuem acesso à internet e material didático para estudar. O Enem e as provas de vestibular não podem aprofundar a desigualdade educacional. É justamente o contrário. As universidades têm que ser instrumento de oportunidade e igualdade.

Ponto para a UEL em buscar tranquilizar os estudantes, lembrando que muitos deles estão vivendo um momento angustiante de isolamento social e entre os candidatos há pessoas que perderam amigos ou familiares para a Covid-19.

A FOLHA deseja saúde para todos os seus leitores!