Uma gestão pública transparente é uma administração moderna dos recursos públicos, que respeita a sociedade e contribui para a cidadania na medida em que disponibiliza de forma fácil e acessível as informações gerais dos municípios, estados e governo federal.

Vivemos na era da informação e hoje grande parte da população tem acesso à internet. É o ingrediente necessário para que o indivíduo se torne um agente fiscalizador. E aos poucos o brasileiro entende esse papel fundamental e ingressa no exercício da cidadania e da participação política.

A transparência também ajuda no enfrentamento da crise da Covid-19. É a clareza na divulgação dos dados que fará com que as pessoas tenham confiança nas medidas tomadas pelo poder público e acompanhem onde está sendo investido os recursos para que o país consiga passar por esse difícil momento.

Em se tratando da transparência em relação aos gastos com a Covid-19, os municípios paranaenses estão deixando a desejar. É o que aponta a ferramenta Data Covid-19, do MP (Ministério Público) do Paraná.

Segundo a Data Covid-19, dos 399 municípios do Estado, somente 50 têm nota considerada satisfatória na verificação de transparência para gastos no enfrentamento da pandemia. Isso representa 12,5% do total de cidades paranaenses.

Nas regiões Norte e Norte Pioneiro do Paraná, por exemplo, apenas os municípios de Arapongas e Bandeirantes atendem os principais pré-requisitos elencados na estatística. Ao todo, 80 cidades têm nota geral insatisfatória, o que equivale a 20% do total dos municípios do Paraná. A ferramenta de transparência analisa os aspectos formais e verifica se os gestores municipais estão cumprindo a lei e divulgando de forma adequada as informações sobre o combate à pandemia em seus portais.

O ranking é obtido a partir da avaliação de pontos como o funcionamento do Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão e a publicação de boletins epidemiológicos diários, empenhos e compras, decretos e legislações municipais relacionadas à Covid-19.

É importante esclarecer que não se trata de uma ferramenta punitiva, embora o Ministério Público possa tomar providências caso os municípios não adotem medidas que melhore a transparência.

Mas é uma arma que a população tem para exercer a cidadania, acompanhar onde e como os recursos públicos estão sendo gastos e os resultados desses investimentos. Uma atitude para se adotar não só durante a pandemia, mas para todos os momentos.

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