Quem vê o troféu, não vê o suor por trás do brilho dourado. Quem vê a medalha no pescoço, não vê o peso carregado até se chegar ali. Pode parecer óbvio, porém é sempre bom se lembrar que, para se alcançar algo, foram necessárias várias renúncias, muita dedicação, suor e foco. E o principal: motivação.

A motivação é interna. Não adianta as pessoas estenderem as mãos se não quisermos segurá-las. Nenhuma ajuda é suficiente se não nos permitirmos ser ajudados. Sempre conspiramos contra algo que não queremos realmente, afinal, não é o que nos convém. Portanto, arranjamos uma desculpa. Nisso reside o grande erro: se desejamos alcançar um objetivo, ele não vem a cavalo, gratuitamente. É preciso esforço.

Assim como uma carruagem passa por buracos, ondulações e trepidações para chegar ao local que se almeja, passamos por situações que nos frustram, nos deixam sem ânimo, nos fazem questionar se realmente somos capazes. Nesses momentos, o melhor a se fazer é olhar para trás e ver o quanto avançamos e fizemos diante do que se desdobrou diante do nosso cenário.

Se observarmos os troféus alheios, sem sabermos o que cada um passou para conquistá-los, reduzimos nossos esforços a frustrações: “por que não sou capaz? Por que não consigo? Eu não mereço?”. As questões não devem ser essas. Elas devem ser impulsionadoras e abranger nossas fragilidades: “O que posso fazer por mim, para meu bem-estar? Quem pode me ajudar? Como eu posso me ajudar? Como melhorar para alcançar o que desejo?”.

Ao nos reconhecermos como responsáveis pela nossa vida, muitas coisas mudam. Deixamos de nos vitimizar e colocar a culpa no outro em questões que, realmente, nós somos os verdadeiros responsáveis. Cabe somente a nós assumirmos o controle da carruagem da vida. E você, tem assumido o seu?

Juliano Schiavo é escritor, jornalista e professor. Também é autor do livro O Menino que Semeava Histórias. Contato: [email protected]