As sirenes de ambulâncias voltaram a soar nas ruas de Londrina, o sinal de alerta nos devolve ao pesadelo de um ano atrás quando os internamentos e mortes assombravam desde as capitais até as cidades do interior com o alastramento da Covid-19.

Mas ao contrário dos alertas do pessoal da saúde, exaustos de tanto trabalho à cabeceira dos leitos atendendo entubados em 2021, o cenário para 2022 parece ser outro, segundo os especialistas, embora o cansaço prossiga nas unidades de saúde. Os especialistas afirmam, quase unânimes, que a variante ômicron, predominante no momento, é bem menos letal que a delta, embora seu contágio seja muito mais mais veloz e impressione.

Em Londrina, com cerca de 81% da população vacinada, médicos e pacientes já respiram, literalmente, um pouco mais aliviados, embora não dê para brincar nem relaxar com uma doença que se caracteriza como um flagelo do século 21.

Em Londrina, segundo reportagem na FOLHA desta quarta-feira (12), de segunda a terça-feira 1.416 pessoas foram atendidas com síndromes respiratórias nas UPAs do Sabará (zona oeste), e nas UBS da Vila Casoni (centro) e Guanabara (zona sul). Destas pessoas, 1.183 foram atendidas só no Sabará.

Além dos casos de Covid-19 pela variante ômicron, há muitos casos de gripe comum e o receio justificado do contágio pela H3N2 que já chegou ao Estado causando, inclusive, mortes.

Apesar de tudo, os infectologistas têm feito declarações de que o atual cenário pode se constituir como fim da pandemia. Isso mesmo! Se a presença da ômicron exige que as pessoas aguardem um pouco mais para "voltar ao normal", a propagação desta variante deixa os especialistas um pouco mais tranquilos porque ela não é tão agressiva e sua tendência não é atacar os pulmões com violência, se concentrando mais no nariz.

A possibilidade de ser entubado ou morrer pela doença cai bastante, mas a melhor notícia é que a ômicron pode atenuar a variante delta e se tornar o vírus predominante no planeta. É como se uma variante engolisse a outra e , por isso, a esperança é que a pandemia termine. Mas é claro que o Sars-CoV-2 tem nos surpreendido e é difícil saber o que nos espera.

Pelo sim, pelo não, não é momento ainda de baixar a guarda, aglomerações e falta de máscaras estão fora de cogitação entre as pessoas conscientes. Em princípio, ninguém deve querer ser vítima de uma variante da Covid-19 seja qual for a dominante. O certo, neste caso, é evitar todas as letras do alfabeto grego.

Os cuidados de praxe continuam valendo, com distanciamento social, álcool em gel, lavagem de mãos e tudo. Mas é preciso saudar a vitória da vacinação contra uma doença que levou tantos brasileiros e só se arrefeceu com a imunização em massa e os ciclos próprios da doença que vai dando cabo de si mesma.

A natureza, mais uma vez, dá uma lição de vida que se renova por mecanismos inimagináveis naquele cenário que nos últimos dois anos assombrou o mundo.

A FOLHA deseja muita saúde aos seus leitores!