A retirada da capitalização do texto da reforma da Previdência foi um revés sofrido pelo ministro Paulo Guedes. Esse sistema, que não exige contribuição previdenciária dos patrões, era uma aposta de Guedes para a retomada da economia. A mudança, junto com uma reforma tributária, desoneraria a folha de pagamento e geraria milhões de empregos. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o País tem mais de 13 milhões de pessoas sem trabalho.

Deputados disseram ao ministro da Economia que estão dispostos a voltar a discutir o tema, mas em emenda específica depois da aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Previdência.

A boa notícia é que a reforma parece ter ganhado força no Congresso e, na opinião dos parlamentares mais experientes, tende a ser aprovada logo, apesar do cenário político, que não é dos mais favoráveis.

Quando enviou sua PEC ao Congresso, Paulo Guedes estimava uma economia de R$ 1,2 trilhão em dez anos. Mas o próprio ministro sabia que haveria cortes. De acordo com o relator da proposta, deputado Samuel Moreira, se a PEC fosse aprovada hoje, geraria uma economia de R$ 913,4 bilhões.

A desidratação, por enquanto, ficou na casa dos 24%. É melhor do que a proposta do ex-presidente Michel Temer, que originalmente economizaria R$ 793 bilhões. No substitutivo apresentado por uma comissão especial da Câmara, a economia já havia baixado para R$ 604 bilhões. Os parlamentares parecem ter um padrão de corte. O "emagrecimento" imposto à proposta de Temer também seria de 24%.

O mercado, segundo o último boletim Focus do Banco Central, espera um crescimento pífio de 1% no PIB deste ano. Para o ano que vem, a expectativa também não é nada animadora: só 2,23%.

Com uma vigorosa reforma da Previdência, podemos sonhar com um avanço maior. O Brasil tem pressa e seu destino está nas mãos dos 513 deputados e 81 senadores. Que eles não nos decepcionem.