Na semana em que Londrina completa seis meses de vacinação contra a Covid-19, é uma dádiva a constatação, pelas autoridades de saúde, de que os índices da pandemia estão caindo no município. Desde que a enfermeira Fátima Ruiz recebeu a primeira dose, em 19 de janeiro, já foram aplicadas outras 360.105 doses na população adulta, o que corresponde a uma cobertura vacinal de 58% desse grupo, acima da média nacional.

Uma lástima que muito provavelmente os mais de 1.800 londrinenses que perderam a batalha e a vida para o novo coronavírus desde o início da pandemia, em março do ano passado, não tenham tido a oportunidade de receber ao menos uma porção dos imunizantes disponíveis no município. Não há remédio que alivie a dor de familiares e amigos enlutados, ainda mais quando os fatos atestem que faltou governança para que a vacinação começasse no país ainda no ano passado.

De qualquer forma, em Londrina a prefeitura comemora dados importantes que apontam para uma tendência de arrefecimento da pandemia. Pela primeira vez desde o início da confirmação dos casos iniciais da Covid-19 na cidade, a taxa de transmissão está abaixo de 1 (é de 0,95, ainda acima da média nacional, que é de 0,88). Quanto mais abaixo de um maior a tendência de queda nos casos.

A média móvel de casos da doença também apresentou queda de 43% em comparação a 15 dias atrás, passando de 213 registrados diariamente para 120. A taxa de ocupação de leitos, outro indicador importante para se medir a desaceleração da pandemia na cidade, também apresenta números alentadores.

Em sua live semanal o prefeito informou no último domingo (18) que atualmente a taxa de ocupação nos leitos de UTI é de 73% e nos de enfermaria, 43%. Segundo ele, esses números, aliados aos da média móvel e do índice de transmissão, permitem afirmar que a vacinação no município está surtindo efeito.

Prova maior da eficácia da vacinação, seja ela com que imunizante for, é a diminuição na morte de idosos – um dos grupos mais vulneráveis à doença. Dos 133 londrinenses que perderam suas vidas em janeiro, 111 eram pessoas acima de 60 anos (83%). Em junho, das 240 mortes de Covid-19 registradas no município, 113 foram de idosos (45%).

Um dos principais questionamentos feitos à prefeitura em relação à vacinação é a percepção de que há municípios onde faixas etárias mais baixas estão recebendo a primeira dose mais cedo do que por aqui. A explicação do prefeito é que essas cidades estão baixando a faixa etária imunizada conforme o recebimento da vacina sem a garantia de vacinar todos porque não há cadastramento. Ele defende que em Londrina a logística baseada no cadastro por faixa etária garantirá a imunização total.

Ainda que os números avancem junto com a vacinação, é importante que a população mantenha as medidas sanitárias e restritivas impostas pelos gestores sob respaldo da comunidade científica, como uso de máscara, restrições de circulação e distanciamento social. A responsabilidade cívica de cada um de nós é um aliado poderoso contra a Covid-19.

A FOLHA deseja muita saúde a seus leitores