As crises entre Legislativo, Judiciário e Executivo costumam resvalar na economia nacional, geralmente, por conta da desconfiança dos investidores. Apesar dos números paranaenses positivos na Pesquisa Industrial Mensal do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), fontes ouvidas pela reportagem da FOLHA acreditam que os índices seriam bem melhores se a credibilidade do País também estivesse em alta. A demora na aprovação da reforma da Previdência é um exemplo de obstáculo que trava a tão esperada retomada econômica. A posse de Jair Bolsonaro, em 1º de janeiro, ajudou na construção de um cenário de maior otimismo, mas ainda não foi suficiente para consolidar uma mudança considerável.

Puxada pela indústria automotiva, a produção industrial do Paraná cresceu 0,07% em maio, de acordo com a pesquisa do IBGE. No acumulado do ano, a indústria paranaense está com desempenho positivo de 10,4% e no comparativo com maio do ano passado a produção aumentou 27,8%. Foi a maior alta entre os 15 locais pesquisados. Analistas lembraram que é preciso levar em consideração a influência da greve dos caminhoneiros ocorrida no ano passado na base de comparação com maio de 2018. Foi justamente no final de maio de 2018 que o movimento dos caminhoneiros fechou as principais estradas do Brasil e jogou para baixo a produção industrial, parando até mesmo as linhas de produção das fábricas de veículos, impactando fortemente a arrecadação do País.

A pesquisa do IBGE revelou que a alta da indústria automotiva foi de 29%. Máquinas e equipamentos cresceram 28,9% e alimentos tiveram alta de 13%. Apesar do desempenho positivo, o crescimento de 0,07% em maio aponta para uma estabilidade. Esperava-se nessa fase uma resposta mais positiva da economia. Faltou a adoção de medidas mais intensas de estímulo à atividade econômica que fizessem a produção nacional caminhar a passos mais rápidos.

Em 2014, o Brasil perdeu a capacidade de crescimento e de lá para cá não houve nenhuma alteração sustentável no cenário. Apenas a mudança no sistema de aposentadorias não será suficiente para melhorar a economia. É preciso também equilibrar os gastos públicos, aumentar a capacidade de investimento público e estimular os setores geradores de emprego, entre outras medidas. O desempenho da economia no segundo semestre, com sinais mais intensos de recuperação, será decisivo para colocar o País nos trilhos.

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