A liberação do segundo lote da restituição do Imposto de Renda, prevista para 30 de junho, com R$ 79,4 milhões destinados a 58.949 contribuintes em Londrina, representa um importante alívio para a economia local. Em um momento em que o comércio e o setor de serviços enfrentam dificuldades diante do cenário de juros elevados — com a taxa Selic alcançando 15% neste mês, na mais recente escalada —, essa injeção de recursos tende a aquecer as vendas e estimular o consumo. O reforço no caixa das famílias e empresas ajuda a compensar, ao menos em parte, a retração causada pelo crédito caro e pelo menor poder de compra da população.

Para além do impulso ao consumo, a restituição também tem um papel relevante no enfrentamento do endividamento. Muitos londrinenses aguardam essa renda extra como oportunidade de regularizar dívidas e limpar o nome. A consulta à restituição do 2º lote será aberta às 10h desta segunda-feira nos canais oficiais da Receita Federal.

Pesquisa recente da Acil/SPC mostrou que, embora o número de pessoas que ingressaram na lista de devedores tenha caído, persiste grande dificuldade entre aqueles que buscam quitar pendências e recuperar o acesso ao crédito. O dinheiro da restituição, nesse sentido, surge como um fôlego importante para milhares de famílias que tentam reorganizar suas finanças em um ambiente econômico desafiador.

Além do impacto direto no consumo e na regularização financeira, é fundamental destacar que essa movimentação de recursos pode gerar efeitos multiplicadores na economia local. O aumento do poder de compra dos beneficiários tende a beneficiar não apenas os grandes estabelecimentos comerciais, mas sobretudo os pequenos negócios e microempreendedores, que compõem grande parte do comércio londrinense.

Esses empreendedores, frequentemente com margens mais apertadas, se beneficiam da circulação ampliada de dinheiro, o que pode contribuir para a manutenção e geração de empregos, trazendo um alento para um mercado de trabalho ainda fragilizado diante do contexto macroeconômico.

Ao longo do ano, a Receita Federal ainda deve liberar mais três lotes de restituição — previstos para julho, agosto e setembro. Embora sejam esperados com ansiedade, esses repasses representam um paliativo diante da alta carga tributária que pesa sobre os contribuintes e limita o potencial de crescimento da economia. A isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, proposta para 2026, pode ajudar a corrigir desigualdades, mas o país precisa de reformas estruturais que garantam um ambiente mais favorável ao desenvolvimento.

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