A partir desta semana, o estacionamento de veículos sobre as ciclofaixas das ruas Paranaguá e Santos, na região central de Londrina, deixam de ser permitidas. O espaço era reivindicado pelos ciclistas, que não conseguiam pedalar com segurança, principalmente durante o fim de semana, quando a via exclusiva era liberada para veículos.

A medida divide opiniões. Há quem defenda que a demanda é baixa e que a exclusividade contribui para deixar o trânsito mais engessado. Já quem utiliza as ciclofaixas reivindica uma rede conectada de vias exclusivas para bicicletas, o que pode fazer com que o londrinense utilize mais os veículos não motorizados para se deslocar pela cidade.

A discussão sempre rende e deve ser tratada como prioridade no planejamento urbano municipal. É inegável a necessidade de encontrar meios para uma convivência harmoniosa entre os diferentes modais no trânsito das cidades, principalmente as grandes e médias. Assim como diversos outros setores da administração pública, a mobilidade também ganhou muitas camadas de complexidade ao longo das últimas décadas.

Nas ‘pranchetas’ digitais dos novos urbanistas, o desafio é fazer com que o trânsito flua, adaptando o espaço urbano aos diversos tipos de necessidades. O modelo em que só o carro tem vez vem perdendo força. Mas, para que essa diluição dos meios de transporte seja satisfatória, é preciso que haja condições plenas para os veículos alternativos.

Se deslocar com uma bicicleta ainda é visto como uma atividade arriscada por muita gente que, mesmo consciente dos benefícios do transporte não motorizado, sejam eles ecológicos ou para a saúde, ainda não se sentem seguras a abrir mão de seu automóvel.

Pensar a Londrina do futuro é pensar, principalmente, na cidade onde ela realmente acontece em sua esfera mais democrática: as ruas. Com o avanço da tecnologia, vide a chegada da tecnologia 5G ao país, a expectativa é que muitas ferramentas inteligentes sejam aplicadas ao trânsito.

No entanto, nenhuma tecnologia logrará êxito se a convivência no trânsito não for harmoniosa. Saber respeitar o outro, regra de ouro, deve sempre ser estimulada no dia a dia e nas campanhas de conscientização sobre o trânsito.

Segundo dados do Ministério de Saúde, 31.468 pessoas morreram em decorrência do trânsito brasileiro no ano passado. O número é aproximadamente 6% menor que o registrado em 2020. Mesmo em queda, os números servem de alerta.

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