A notícia de que o Hospital Universitário foi habilitado para realizar exames da Covid-19 chegou em boa hora, pois teremos uma noção mais exata da pandemia em Londrina. Testar é fundamental para entendermos melhor a doença, mesmo que isso signifique um aumento nos casos diagnosticados.

Esse aumento não tem relação com a reabertura do setor produtivo. Trabalhamos duramente para seguir as medidas de contenção. Comércio, indústria, construção civil e serviços não devem pagar essa conta. Pelo contrário: a ACIL, junto a outras entidades da sociedade civil organizada, ajudou a elaborar os protocolos de prevenção na luta pela reabertura das atividades produtivas.

As empresas de comércio e serviços ficaram fechadas entre 23 de março e 13 de abril. Com a reabertura, algumas aglomerações passaram a ocorrer, principalmente no Calçadão. A ACIL mostrou que elas não foram provocadas pelo setor produtivo, mas pela área financeira. Duas agências bancárias, formadoras de longas filas, foram fechadas momentaneamente porque tiveram funcionários contaminados pelo coronavírus. Durante esse período, o empresariado fez a sua parte, seguindo à risca as determinações do COESP (Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública).

Mas a crise é longa e as pessoas começam a ficar angustiadas. É triste não confraternizar com quem a gente gosta, não passear, não abraçar. É difícil passar o dia inteiro de máscara. Queríamos voltar ao normal, mas ele virou passado e a realidade não permite relaxamento. Estamos no meio da batalha e não podemos permitir que uma minoria irresponsável prejudique todo mundo.

Gente, vamos levar a sério as medidas de segurança. Vamos cobrar os colaboradores, os clientes e até as pessoas na rua. Quem não usa máscara, coloca o próximo em risco. Nossa vida, agora, exige máscara, álcool gel e distanciamento social.

São atitudes obrigatórias para vencer o vírus, mas também para evitar um novo fechamento do setor produtivo. Então, além de salvar vidas, as regras restritivas protegem os nossos negócios. É a economia e a saúde caminhando juntas.

Cabe à Prefeitura intensificar a fiscalização. Quem descumprir as normas de contenção deve ser responsabilizado por ameaçar a saúde pública. O jogo precisa ser duro para quem trabalha a favor da doença.

Felizmente, a Covid-19 não está ocupando muitos leitos em Londrina, pois a ampliação do Hospital Universitário está demorando. O Governo do Paraná agiu rápido para conseguir os leitos e as equipes do hospital têm trabalhado incessantemente, mas o processo enfrenta questões burocráticas. O HU é uma referência para 96 municípios, e os leitos instalados no espaço antes reservado à Maternidade são importantes para atender a demanda. Como o próprio governador disse, não se trata de um hospital de campanha, mas de uma estrutura que veio para ficar. Então, precisa funcionar, inclusive para aumentar a margem de segurança em nosso sistema de saúde.

Falamos em “novo normal” e percebemos como o mundo mudou. O empresário precisa mudar também, reinventando sua empresa. O primeiro passo é reduzir os custos fixos. Quanto menos ele gastar para manter a empresa de portas abertas, melhor. A hora de reagir já passou. Quem não se mexer, ficará para trás.

O cenário da Covid-19 em Londrina pode ser transformado por essas quatro medidas: o aumento de testes para conhecermos a doença com precisão; a ampliação dos leitos hospitalares; levar a sério as medidas de prevenção, com penalidades para infratores; e reinventar o modelo de negócio para recuperarmos a capacidade produtiva. São caminhos para sairmos dessa tempestade construindo uma nova economia, voltada para um novo tempo, mais humano e feliz.

Fernando Moraes, presidente da ACIL