A homofobia não é uma opinião, é um crime. Essa premissa, já repetida em muitas ocasiões, por famosos e anônimos, vale para o Brasil e para muitos outros países mesmo que, na prática, o preconceito ainda segue forte e muitas vezes se revele na forma de violência. O Brasil é um dos lugares onde mais se registram assassinatos de pessoas LGTBs.

Em Londrina, um caso recente está sendo apurado pela polícia, que trabalha com três linhas de investigação: homofobia, feminicídio ou homicídio. As duas primeiras linhas podem se explicar na medida em que a vítima tenha algum tipo de relação com o criminoso.

O assassinato da transexual Natasha, de 26 anos, aconteceu no dia 30 de junho. Ela foi morta com um tiro na região do peito na esquina da Rua Cabo Verde e Avenida Leste Oeste, na área central da cidade. O autor do disparo morreu em confronto com a polícia quando tentava fugir.

Na Espanha, o assassinato de um jovem homossexual brasileiro causou forte comoção e nesse caso testemunhas confirmam que a motivação realmente foi homofóbica. Samuel Luiz Muñiz, de 24 anos, que trabalhava como auxiliar de enfermagem, foi espancado até a morte no último fim de semana na cidade de La Coruña. Ele acabava de sair, com uma amiga, de uma boate e a polícia já prendeu três suspeitos do crime.

Nos últimos dias, a Espanha assistiu a várias manifestações em protesto pela morte do jovem brasileiro. "Justiça para Samuel. Homofobia e fascismo são o mesmo", dizia uma gigantesca faixa carregada pelos manifestantes, que iniciaram uma marcha na última segunda-feira à noite (5) na famosa Puerta del Sol, em Madrid.

Voltando ao Brasil, os crimes que levaram o país ao topo da lista das nações que mais matam homossexuais é apenas a ponta do iceberg. A origem está em um comportamento que acaba "autorizando" de forma velada o preconceito, a violência e o ódio na vida cotidiana.

É importante registrar que tivemos avanços importantes no combate ao preconceito, mas ainda há histórias marcadas por violência familiar, na escola e no trabalho.

Voltando à frase inicial desse texto, é preciso considerar que em qualquer debate saudável todos têm o direito de argumentar e expressar suas opiniões, porém, de forma responsável e respeitosa. O problema é quando essas opiniões evoluem para um discurso de ódio.

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