Potencial econômico do Carnaval
Em todo o país, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo projeta um movimento financeiro de R$ 12 bilhões
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segunda-feira, 03 de março de 2025
Em todo o país, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo projeta um movimento financeiro de R$ 12 bilhões
Folha de Londrina
Várias cidades brasileiras já respiram o Carnaval, a maior festa popular do país. Blocos e escolas de samba ocupam ruas e avenidas desde o início do mês não só no Rio de Janeiro, tida como a capital do samba, e até mesmo em São Paulo, que já foi apelidada injustamente de túmulo do samba por ninguém menos que Vinícius de Moraes nos anos 1960. Em Salvador, Belo Horizonte, Recife e Olinda, o cenário se repete.
A prefeitura de São Paulo estima que o Carnaval injete cerca de R$ 3,4 bilhões na economia da capital paulista, o que é considerado o maior retorno financeiro do período na história da cidade.
Em todo o país, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo projeta um movimento financeiro de R$ 12 bilhões. A cifra representa alta de 2,1% ante 2024 e pode ser o maior desde 2015.
Já o Ministério do Turismo calcula que 53 milhões de pessoas devem participar do Carnaval em todo o país, um salto 8% em relação ao ano passado.
Atenta à potencialidade da folia, Cornélio Procópio se destaca mais um ano com um dos maiores carnavais do Paraná. Mesmo com um dia a menos de programação - quatro noites de festa-, os organizadores esperam atrair 100 mil foliões à avenida XV de Novembro, no centro da cidade.
A prefeitura se baseia no cálculo da Embratur que, a cada R$ 1 investido, gera R$ 20 de retorno para a cidade. Assim, o orçamento de R$ 700 mil tem potencial de se tornar mais de R$ 10 milhões, em uma projeção otimista. Além de turistas do Norte do Paraná, o evento recebe também visitantes de outros estados.
Após polêmicas em anos anteriores, em Londrina, mais uma vez, os foliões passarão outro ano sem desfile de escolas de samba ou de blocos, marcando a exclusão das camadas populares da cidade da festa de Momo. O samba vai se resumir a bares e clubes.
É bem verdade que a festa não é unanimidade, grande parte da população prefere paz e tranquilidade em vez de barulho e agitação. Mas é inegável que existe público e, com ele, dinheiro para ser investido em melhorias para a cidade.
Não custa lembrar que Londrina sempre teve tradição no samba. Nos anos 1970, 80 e 90, a cidade tinha quatro dias de festa com desfiles de escolas e blocos na então avenida Paraná (hoje Calçadão) e mesmo depois em outras vias e, mais recentemente, no Autódromo Ayrton Senna.
E já se discutiu no passado mil possibilidades de tornar a festa fator de atração turística para a segunda maior cidade do Paraná, movimento comércio, bares, restaurantes e hotelaria. Numa vertente de sucesso unindo Carnaval e o turismo.
É um tema que merece ser discutido com atenção nos próximos anos.
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