Nesta terça-feira (15), o planeta atingiu uma população de 8 bilhões de habitantes, segundo dados do site de estatística Worldmeter, divulgados na imprensa nacional e que podem ser conferidos nesta edição da FOLHA.

Há onze anos, éramos 7 bilhões na Terra, número alcançado em 31 de outubro de 2011, numa condição de longevidade que, segundo António Guterrez, secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), foi atingido graças às melhorias na alimentação, na saúde pública, no saneamento básico e nos avanços científicos em nível mundial. Isso, porém, não redime o planeta de desigualdades profundas no presente que tendem a se repercutir gravemente num futuro próximo.

Essas condições são levadas em conta na COP27 - 27ª Conferência do Clima Sobre Mudanças Climáticas - no momento em que se entrelaçam o aumento da população mundial e sua relação com a falta de recursos que podem levar o mundo a uma situação muito crítica, seja pela falta de recursos hídricos e água potável ou pela falta de terra agricultável num planeta que já tem áreas tomadas pela desertificação, tudo isso permeado pelo excesso de emissões globais de gases de efeito estufa (GEE).

Atualmente, as políticas ambientais estão longe de representarem um avanço em relação ao Acordo de Paris, realizado em 2015, que reuniu 195 países que assinaram um compromisso para a meta global de redução de emissão de gases de efeito estufa. O uso intenso de combustíveis fósseis continua entre os tópicos fundamentais de discussão desta COP27, seis anos depois.

Um debate, nos primeiros dias da Conferência, selou um acordo que prevê ajuda financeira em dobro aos países em desenvolvimento que são os que mais sofrem com as mudanças climáticas, consequências da emisão de gases por países super desenvolvidos.

O entrelaçamento de dados do aumento da população mundial com as mudanças climáticas cria uma relevância no debate da conferência da ONU este ano. A presença de Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito do Brasil, juntamente com uma comitiva brasileira na COP27, é de suma importância, tendo em vista a necessidade urgente da preservação das florestas tropicais para reverter um quadro que já atinge os 8 bilhões de habitantes, seja em países ricos ou pobres.

Neste sentido, a chamada "Opep das florestas" - aliança entre 25 países que são responsáveis por 35% das florestas do planeta - precisa não apenas ser selada como levada muito a sério. Esta é uma das luzes possíveis no fim do túnel da preservação climática e os especialistas são unânimes em afirmar que não há mais tempo para adiar decisões globais neste sentido.

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