Até pouco tempo atrás, alterações em fotografias eram uma habilidade dominada por um seleto grupo de pessoas. Com a popularização dos editores de imagens, hoje disponíveis até em smartphones, fazer montagens se tornou algo comum. Memes e adulterações mal-intencionadas pululam pelas redes sociais e, por muitas vezes, criam confusão na internet.

No entanto, especialistas alertam que o já era grave ficou ainda pior. Com a evolução da inteligência artificial, a manipulação das informações chegou aos vídeos.

A tecnologia tem enorme potencial para o entretenimento, mas, ao mesmo tempo, representa um risco no período eleitoral. Nos Estados Unidos, um vídeo adulterado mostra o ex-presidente Barack Obama chamando Donald Trump, de “um idiota total e completo”.

Em ano de eleições municipais, o receio é que a prática, denominada “deepfake”, seja replicada no Brasil. Analistas expõem que a cada eleição, novos perigos surgem, porém o peso das redes sociais é cada vez maior.

A velocidade dessas mudanças e a evolução da tecnologia exigem celeridade da Justiça em se criar mecanismos para detectar e punir os autores de manipulações que visam prejudicar alguém ou dar crédito indevido a algum candidato.

O que se passa diante dos olhos já não pode ser considerado verdade absoluta. Mesmo com a sofisticação das fraudes, os cuidados para não cair em uma fake news ou repassá-la são os mesmos. O caminho passa pelas fontes de informação de credibilidade.

Quando a informação parece muito extraordinária, é de bom tom desconfiar, mesmo que a ideia do conteúdo fantasioso pareça atraente a quem a consome.

O fenômeno das redes sociais revolucionou o mundo com a interatividade, mas por outro lado, tornou o cidadão mais vulnerável às informações de fontes duvidosas.

Como a escolha do eleitor deve ser baseada sempre na verdade, mais uma vez o jornalismo profissional se mostra indispensável neste processo. O rigor da apuração da imprensa séria é fundamental no processo democrático da escolha dos representantes.

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