A retomada da construção do Teatro Municipal e as reformas dos equipamentos de cultura são pautas que estão no radar da nova administração municipal de Londrina. A intenção do novo governo de ter um olhar mais atento à cultura londrinense é vista com otimismo pela presidente do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural de Londrina, Vanda Moraes, que conversou com a reportagem da FOLHA.

“Na última administração não tivemos os encaminhamentos no sentido de realizar as obras”, afirmou Vanda, se referindo, principalmente, à reforma do Teatro Zaqueu de Melo.

Apesar deste aceno de recuperação dos equipamentos, o orçamento da Secretaria de Cultura não possui recursos para essas obras. O secretário Marcos Antônio Castri, o Marcão Kareca, afirmou que tem “boas perspectivas com o apoio de verbas federais. A intenção é utilizar recursos federais, tal como está sendo feito com a retomada das obras do Museu de Artes de Londrina”, resumiu o secretário.

O Teatro Zaqueu de Melo está fechado desde 2017. Na época, uma vistoria do Corpo de Bombeiros apontou a necessidade de uma série de adequações às normas de segurança. O secretário de Cultura daquela época, Caio Julio Cesar, lembrou à FOLHA que faltava tratamento antichamas em alguns pontos e saídas de emergência. Como o prédio é histórico, ao longo dos anos não se adequou às novas normas de segurança.

O Clube de Engenharia e Arquitetura doou para o município o projeto de restauro e acessibilidade do Teatro Zaqueu de Melo - na época a reforma estava estimada em R$ 600 mil. Mas como o teatro está anexo ao prédio da Biblioteca Municipal, os bombeiros acabaram exigindo também um projeto que abrangesse a biblioteca, o que travou a reforma do Zaqueu.

A Câmara de Vereadores aprovou, ainda na primeira gestão do ex-prefeito Marcelo Belinati, uma emenda de R$ 1,7 milhão para a Secretaria de Cultura viabilizar a reforma no teatro, mas outras obras prioritárias surgiram ao longo do caminho, como a urgência na reforma do telhado e da calçada da biblioteca. O Zaqueu ficou em modo de espera.

Outra obra que está há 10 anos no modo espera é o Teatro Municipal. O espaço que serviria para fomentar a cultura de Londrina e abrigar os grandes espetáculos hoje faz parte da paisagem da zona leste da cidade como símbolo do abandono. O londrinense tem consciência de que sem ajuda do governo federal, o esqueleto de concreto continuará indefinidamente no lugar da tão sonhada casa de artes cênicas.

Depois que o deputado federal Toninho Wandscheer (PP), líder da bancada do Paraná no Congresso Nacional, esqueceu de incluir a emenda para construção do Teatro Municipal de Londrina no orçamento de 2024, o sonho de ver a obra finalizada parece cada vez mais distante.

Para 2025, a bancada paranaense em Brasília indicou duas emendas parlamentares para o Teatro Municipal de Londrina, sendo uma impositiva de R$ 800 mil. Outra emenda, de R$ 80 milhões, ainda não foi aprovada e não há garantia de que o valor total seja destinado ao Teatro Municipal.

Importante que a nova gestão municipal mantenha firme o propósito de buscar recursos para as obras desses equipamentos culturais. Londrina, apesar de jovem, tem uma histórica rica e uma identidade forte.

Não podemos esquecer que a cultura é importante para preservar memórias, fortalecer laços e impulsionar setores como turismo e economia criativa.

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