A pandemia do novo coronavírus impactou o dia a dia das pessoas em todo o mundo, os sistemas de saúde pública e também a vida digital. Basta ver que o isolamento social imposto em vários países, inclusive o Brasil, fez aumentar o volume de usuários da internet.

Desde que os governos começaram a instituir a quarentena, há cerca de dez dias, as operadoras de todo o País observaram uma elevação gradual no fluxo de dados, chegando, em alguns casos, a 40%.

O aumento está relacionado ao novo formato de trabalho adotado por grande parte das empresas, o home office, além da adoção de ensino à distância por muitas instituições e, claro, o principal entretenimento escolhido pelas famílias nessa época de quarentena: os serviços de streaming.

Para evitar o risco de colapso ou lentidão no sistema, as empresas adotaram algumas medidas, como extensão da capacidade, contingenciamento e redirecionamento de tráfego. Mas com todo o mundo utilizando em maior proporção, não deu pra escapar de aborrecimentos. Em vários momentos, a conexão nas residências e empresas fica fraca, com baixa velocidade e caindo com frequência.

A FOLHA traz reportagem nesta quinta-feira (2) sobre o fenômeno percebido em todas as operadoras do país. O IX.br (Brasil Internet Exchange) – projeto do Comitê Gestor da Internet no Brasil responsável pelos pontos públicos de troca de tráfego entre operadoras – divulgou um pico histórico há dez dias, que já foi superado. Em São Paulo, o pico de uso subiu 25% em relação ao nível de três semanas atrás. Isso demonstra que redes antes ociosas, como as residenciais, estão superutilizadas. Especialistas reconhecem que não há possibilidade de colapso, mas lentidão, sim.

Devido a esse aumento da demanda, dez entidades do setor encaminharam às prefeituras uma carta pedindo medidas urgentes para agilizar a instalação de antenas. Além da necessidade de se atualizar legislações municipais que impõem dificuldades à instalação de antenas, as entidades solicitam ainda a liberação das solicitações de licenciamento de antenas e fibra óptica que já foram protocolados nas prefeituras e daqueles que venham a se apresentar necessários ao atendimento à demanda.

De acordo com o Sinditelebrasil, ao todo, existem mais de 4 mil pedidos de instalação de antenas em todo o País aguardando a liberação de licenças pelos municípios.

A crise do coronavírus vem revelando problemas que todos sabiam que existiam, mas adiavam soluções. É o caso de investimento em tecnologia. Muitos governos falam em inovação, mas a covid-19 mostrou que o discurso é maior que a ação.

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