Na condição de médico infectologista e imunologista – com experiência de mais de 40 anos no ensino e na pesquisa de doenças transmissíveis, assim como no atendimento de pessoas saudáveis e doentes, no campo da prevenção e do tratamento de moléstias infecciosas –, sinto-me autorizado a publicar, nestes tempos de pandemia pelo novo coronavírus, estas reflexões, que arrostam uma grande questão que se coloca: “Há ainda – agora – alguma coisa a ser feita?”.

Começando, é indispensável reconhecer e reverenciar o trabalho dos médicos, enfermeiros e demais profissionais da área da saúde envolvidos na tarefa hercúlea e corajosa relacionada com a assistência e o conforto aos doentes e aos familiares atingidos por essa peste fatídica. Também merecem nosso respeito todos os agentes de saúde (governadores, prefeitos e secretários de saúde) que se esforçam para estabelecer normas, administrar e coordenar o atendimento a essa emergência médico-sanitária e social.

Fica excluído dessa referência, por razões conhecidas, o Ministério da Saúde do Brasil, que por determinação política do assim denominado “presidente da república”, não participa como protagonista de nada que seja importante relacionado com a pandemia. Por essa “autoridade” inominável foi nomeado como “ministro interino”, o qual, além de não ser médico nem ser ligado à área da saúde, atua apenas como “interventor burocrático-administrativo”. Sua profissão? General da reserva. Poucos brasileiros sabem seu nome.

Neste artigo, diferentemente de tudo que a respeito se comenta, quero tratar de tema esquecido pela mídia, pelos médicos e pelos denominados agentes de saúde: a importância dos mecanismos de defesa anti-infecciosa do organismo humano – em especial da IMUNIDADE INATA ou INESPECÍFICA – no enfrentamento à pandemia do coronavírus.

Tanto para os profissionais da saúde quanto para a mídia, o sistema imune parece não ter protagonismo nesta pandemia. Quando muito, insistem em fazer menção à vacina – que está por vir –, “o único recurso que nos pode salvar”. Quando indagados a respeito de como “manter as boas condições do sistema imunológico”, os citados profissionais dão sempre as mesmas recomendações: “prática de hábitos saudáveis, boa alimentação, exercícios físicos diários, respiração de ar puro, evitar o estresse”. São, de fato, recomendações “politicamente corretas”. Insuficientes, porém.

A meu ver, nesta pandemia pelo SARS-CoV-2 a preocupação médica deveria também estar voltada para a implantação de medidas que promovam o fortalecimento do sistema imune da população, em particular da imunidade inespecífica ou inata.

É muito cômodo e passivo aceitar que a expectativa e a esperança dos médicos e dos agentes de saúde – do ponto de vista imunológico – fiquem fixadas com exclusividade no advento milagroso da “vacina”. Enquanto isso...

Uma das prioridades médicas, hoje, nestes tempos de incerteza quanto à sobrevivência de grande parte da humanidade, deve ser garantir a máxima integridade, anatômica e funcional, do sistema imunológico de todos nós, para que possa atuar com máximo vigor! Não há remédios eficazes, são poucos os leitos de UTI, falta ministro – mas a natureza está presente, pedindo que se lhe dê oportunidade para sua preciosa contribuição.

Sendo a imunidade inespecífica a responsável prioritária por garantir nossa sobrevivência – em todos os momentos da vida –, na vigência de pandemia por um novo patógeno, torna-se urgente tentarmos controlá-la, seguindo as orientações de médicos competentes, tais como o Dr. Cícero Galli Coimbra, que defende propostas voltadas ao fortalecimento do sistema imune – particularmente por meio do alcance de níveis séricos adequados da vitamina D, ao lado do uso de suplementos de magnésio e de zinco.

Há na internet diversos vídeos desse médico, tratando desse tema. Sugiro que assistam a todos, mas comecem pela entrevista que deu à Rádio Cultura de São Paulo (1). Os dois últimos vídeos que gravou também são imperdíveis [(2) e (3)].

Entre no Google: (1) Sergei Cobra entrevista o neurologista Cícero Galli Coimbra; (2) Tudo sobre a vitamina D; (3) Respondendo as perguntas sobre vitamina D.

José Luís da Silveira Baldy, Professor Titular (aposentado) do Curso de Medicina da UEL