Paixão, morte e ressurreição de Cristo: tempo de renovar as esperanças!
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sábado, 01 de abril de 2023
Padre Rodolfo Trisltz
Chegamos à Semana Santa, período em que a Igreja Católica celebra o ápice de sua fé, de seus mistérios e de sua crença. É, justamente, o momento de recordar a morte, paixão e ressurreição de Cristo, centro da religiosidade cristã. Desta vez, deixamos para trás uma Quaresma que nos fez um convite especial à reflexão sobre a fome no Brasil. Até quando vamos encontrar pessoas em situação de insegurança alimentar? Agora, o Cristo que ressuscita é o mesmo que nos impulsiona a colocar em prática ações e projetos que contribuem para saciar a fome. Seja do alimento humano, seja do alimento espiritual. Seja de justiça, de esperança, de verdade.
Da entrada triunfal de Jesus, montado num burrinho, em Jerusalém, aclamado pelo povo que o condenaria dias adiante, até a sua gloriosa ressurreição, Cristo nos conduz a diferentes etapas e momentos de ensinamento. Em primeiro lugar, no Domingo de Ramos, aprendemos que o verdadeiro rei é humilde, desprendido de poder e de bens materiais. O rei é aquele que nos leva à Salvação, que se oferece como sacrifício por nós. E, justamente por isso, por termos tido um rei que se sacrificou por cada um de nós é que hoje podemos viver uma vida plena, feliz e de vitórias.

Em seguida, na Quinta-feira Santa, celebramos a última ceia que Cristo teve com seus apóstolos. Foi quando seus amigos perceberam o que aconteceria ao mestre. Foi quando, ao receber o beijo da traição, Jesus não pagou com a mesma moeda e devolveu o gesto em forma de sacrifício e amor. A ceia com os apóstolos se tornou a grande fonte da Eucaristia, que celebramos repetida e diariamente até os dias atuais, nas missas. É onde e quando nos alimentamos e saciamos do alimento divino e espiritual, o próprio Corpo e Sangue de Cristo.
O dia seguinte é o único de todo o calendário litúrgico e do ano em que não há a celebração da missa, não há a consagração da Eucaristia. É, de fato, um dia de recordações tristes, de quando Jesus foi crucificado. Portanto, neste dia, celebramos sua Paixão, sua Morte, sua entrega na cruz. A celebração da morte, na realidade, é a certeza de uma esperança. Entretanto, como dizemos, precisamos passar pela experiência da cruz para chegar à glória. Na Sexta-feira Santa, realizamos a celebração da Paixão de Cristo, a procissão do Cristo morto e rezamos com Nossa Senhora das Dores.
O Sábado Santo retoma em nós a esperança da ressurreição. Na Vigília Pascal, celebração anterior ao domingo da ressurreição, desponta uma fonte de luz. É o momento de abençoar o fogo, que acende a chama do Círio Pascal. Cristo é celebrado como alfa e ômega, como princípio e fim. Até, no Domingo de Páscoa, nossas esperanças se concretizam com a ressureição de Jesus. Nosso mestre e Deus não está morto. Ao contrário, Ele venceu a morte para nos salvar, para nos trazer vida em abundância.
Portanto, é tempo de festa e alegria. É tempo de celebrar com júbilo. Assim, o convite que Cristo nos faz é para que vivamos sempre esperançosos, vivamos sempre as vitórias de Deus, vivamos sempre na alegria e na felicidade. A tristeza já passou, a morte já foi vencida. Mas, e agora? O que devemos fazer? Para onde caminhar? “Eis que faço novas todas as coisas”, disse Jesus. E é assim que devemos seguir. Com nossas condições e possibilidades, ajudar a fazer novas todas as coisas: um mundo novo, um mundo melhor, um mundo sem fome, um mundo sem desigualdade, um mundo sem tristeza.
Agora, é com a gente! É comigo e é com você. É com cada um de nós. O modo como vamos encarar a vida e o mundo que se apresentam a nós depende exclusivamente de nós mesmos. Cristo, ao mesmo tempo em que nos dá a força necessária para caminhar, também nos dá a liberdade de escolha. E você, quem escolhe ser e o que escolhe fazer?
Padre Rodolfo Trisltz, pároco e reitor do Santuário de Nossa Senhora Aparecida do Norte do Paraná, na Vila Nova em Londrina.

