A 29ª edição da Sondagem Industrial, pesquisa divulgada pela Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) na quinta-feira (20), trouxe um recorte interessante. O estudo, que tem como objetivo avaliar as expectativas e percepções dos industriais paranaenses, mostrou que de um lado prevalece o otimismo entre os empresários em relação ao desempenho de suas indústrias. Eles esperam aumento de vendas e ampliação dos mercados.

Mas, por outro lado, os entrevistados demonstram ter preocupações com fatores macroeconômicos que podem dificultar o crescimento, como juros elevados, infraestrutura deficiente e dificuldades no acesso ao crédito.

O levantamento foi realizado entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025, entre indústrias de diferentes portes e segmentos.

A pesquisa indicou que 61% dos industriais paranaenses estão confiantes quanto ao futuro de seus negócios, enquanto 90% planejam investir ao longo do ano, priorizando inovação, eficiência produtiva e expansão de mercado.

No entanto, quando a análise se volta para o cenário econômico nacional, o otimismo acaba diminuindo: 43% dos entrevistados preveem retração ou forte retração da economia brasileira. A maior preocupação é com os custos totais de produção, mão de obra, insumos e matérias-primas, além de energia.

O cenário de incertezas e a dificuldade de acesso ao crédito também contribuem para um olhar mais conservador em relação a investimentos. Praticamente quatro em cada 10 dos entrevistados disseram que pretendem investir menos do que no ano passado ou não investir.

As prioridades de investimento serão a melhoria de processos, produtos ou serviços; redução de custo de produção, prospecção de mercados e ampliação da capacidade produtiva.

Apesar de todas as dificuldades e apreensões demonstradas pela pesquisa da Fiep, percebe-se que a resiliência da indústria paranaense se destaca. A disposição para inovar segue firme e os empresários ouvidos falam em investimentos em automação, robotização e novas estratégias de gestão.

Também priorizam a qualificação profissional, reconhecendo na preparação da força de trabalho uma forma importante de vencer os desafios dos próximos anos.

O potencial do Estado como referência industrial no país é bastante claro, mas depende muito de um esforço coordenado entre setor produtivo e poder público, principalmente para eliminar entraves e gargalos, como infraestrutura logística, e fomentar um ambiente de negócios dinâmico e promissor.

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