A degradação dos centros urbanos é um desafio que atinge diversas cidades brasileiras, reflexo da descentralização comercial e do avanço do mundo digital. Em Londrina, o Centro Histórico, antigo coração econômico e social da cidade, enfrenta uma realidade de esvaziamento e problemas como insegurança. A revitalização do centro prometida pela nova administração apresenta-se como uma oportunidade, mas também exige a superação de desafios significativos.

Entre os principais obstáculos, destaca-se a questão das pessoas em situação de rua, tratada pela polêmica Operação Choque de Ordem. Embora a presença dessas pessoas possa afetar a percepção de segurança e o uso dos espaços públicos, é fundamental que políticas sociais complementem ações repressivas. Resolver a questão requer estratégias humanizadas, como programas de acolhimento, capacitação e reintegração ao mercado de trabalho.

Outro entrave é a escassez de atrativos culturais, gastronômicos e de lazer, fundamentais para trazer vida à região central. A proposta da administração municipal de criar um centro gastronômico e realizar eventos no Calçadão é promissora, mas sua execução dependerá de parcerias entre o setor público e a iniciativa privada.

Para a volta dos quiosques e estabelecimentos gastronômicos, no entanto, é necessário resolver outro problema crônico: o da superpopulação de pombos no Bosque Central e a sujeira deixada por ela. A lista de soluções que se apresentaram como inovadoras mas que fracassaram é enorme. Vai de canhão de som, dispositivo eletromagnético, refletores, poda. Encontrar uma solução eficaz para o problema será, talvez, o maior desafio do plano.

A segurança também é uma prioridade. A instalação de câmeras com reconhecimento facial pode inibir atos de vandalismo e aumentar a sensação de proteção, mas é essencial que isso venha acompanhado de uma abordagem preventiva, como a presença constante da Guarda Municipal e iniciativas que promovam a convivência harmoniosa no espaço público.

A participação da sociedade civil, exemplificada pela mobilização liderada pela Acil, é fundamental. O engajamento dos comerciantes e moradores reforça a necessidade de um planejamento colaborativo, que valorize o patrimônio histórico da cidade e promova um centro vibrante novamente.

Com planejamento, políticas públicas integradas e a participação ativa da comunidade, o centro pode voltar a ser um espaço de convivência, negócios e cultura, beneficiando toda a população.

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