Quatro presidentes dos Estados Unidos foram assassinados: Abraham Lincoln, James Garfield, William McKinley e John F. Kennedy. Garfield e McKinley estão entre os ex-presidentes desconhecidos, mas Lincoln e Kennedy foram estrelas de primeira grandeza entre os célebres ocupantes da Casa Branca. Garfield, o 20º presidente foi morto pelos disparos feitos pelo advogado Charles J. Guiteau (inconformado por não ter sido convidado para trabalhar no governo) na estação ferroviária de Washington em 2 de julho de 1881; McKinley, o 25º presidente, foi atingido por tiros disparados pelo anarquista Leon Czolgosz, durante uma recepção pública em Buffalo, Nova York, em 6 de setembro de 1901.

Mas, o assassinato do popular presidente Abraham Lincoln chocou os Estados Unidos e teve grande repercussão mundial. Lincoln assistia a uma peça no Teatro Ford em Washington, na noite de 15 de abril de 1865, quando foi atingido pelos disparos feitos pelo ator John Booth, inconformado com a derrota do Sul na sangrenta Guerra Civil. O luto da nação americana foi tão grande que o funeral de Lincoln durou três semanas. Até uma capela mortuária foi instalada na Casa Branca.

Cinco dias depois do assassinato, milhares de pessoas e autoridades internacionais participaram da procissão até o Capitólio. De trem, o cortejo que saiu de Washington fez diversas paradas passando pelos estados de Maryland, Pensilvânia, Nova Iorque, Ohio, Indiana e finalmente Illinois onde foi sepultado em Springfield. Diversas estátuas, e principalmente o imponente Memorial Lincoln em Washington mantém viva a memória de Abraham Lincoln.

Mas, é o assassinato de John F. Kennedy, ocorrido há 60 anos em Dallas, no Texas, que ainda hoje intriga os americanos. A morte do jovem e popular presidente também abalou o mundo em meio à Guerra Fria. Foi um assassinato cinematográfico. O cinegrafista amador Abraham Zapruder foi o responsável pela incrível façanha. No filme de 26 segundos ele capturou o exato momento em que a bala do fuzil atingiu a cabeça de Kennedy, a queda dele no colo da esposa Jacqueline Kennedy e outros detalhes mais. Essas imagens correram o mundo e serviram como material de apoio para as dezenas de investigações em torno do assassinato do 35º presidente dos Estados Unidos.

O perfil do ex-fuzileiro Lee Oswald caiu como uma luva como o responsável pelos dois tiros que mataram o presidente. O passado dele parecia condená-lo. Ele deixou as Forças Armadas dos Estados Unidos dizendo que havia se tornado um comunista. Foi morar na Rússia e depois retornou aos Estados Unidos. Ele não teve tempo de dar a sua versão, depois de ser preso foi assassinado. Isso só fez aumentar as especulações em torno do caso. Bem ao estilo americano, investigações em torno desse rumoroso crime não faltaram.

O relatório da Suprema Corte que culpou Lee Oswald tem 15 volumes com 10 mil páginas. O FBI fez mais de 25 mil entrevistas e produziu 2.300 relatórios. Kennedy era o líder durante a temerosa Guerra Fria. O vizinho Fidel Castro, aliado da Rússia estava furioso porque a CIA havia apoiado a invasão de Cuba por um grupo de exilados cubanos. Sem contar que a máfia também tinha grande interesse nesse jogo de poder. Por todas essas hipóteses, pesquisas mostram que mais de 70% dos americanos acreditam que Lee Oswald foi um mero bode expiatório, e que o assassinato de John Kennedy foi resultado de um grande complô. Enfim, 60 anos depois, a teoria da conspiração permanece, e parece nunca ter fim.

Edinelson Alves, jornalista, foi correspondente nos Estados Unidos

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