Em junho de 1981, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos fez o primeiro relatório alertando o mundo de uma nova doença que se espalhava. Era a Aids, que teve sua causa relacionada a um vírus, o HIV, dois anos mais tarde, em 1983. Nesse momento, as autoridades de saúde também alertavam que a principal forma de transmissão era por via sexual. Iniciava-se ali a pandemia de HIV/Aids.

Em junho de 2021 fez 40 anos que o mundo tem conhecimento dessa triste pandemia, responsável globalmente por cerca de 39 milhões de mortes.

Nas últimas semanas, a pandemia do HIV foi lembrada em muitos países por meio de homenagens, cerimônias e reportagens especiais nos veículos de comunicação. Neste fim de semana (26 e 27), a FOLHA traz conteúdo especial com entrevistas dos médicos pioneiros no tratamento de pacientes com HIV em Londrina e pessoas que trabalharam sem descanso para diminuir o preconceito sobre a doença..

Médicos, cientistas, profissionais de saúde, educadores, lideranças e veículos de comunicação trabalharam incansavelmente para que informação e prevenção chegassem às mais diversas comunidades e ajudassem a evitar uma catástrofe humanitária maior ainda.

Em Londrina, a história do HIV começa em 1985. O primeiro caso foi atendido pelo médico infectologista José Baldy, quando era chefe do departamento de Moléstias Infecciosas do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina. Naquela época, o único tratamento que havia era com o AZT e a eficiência desse medicamento era precária.

O desenvolvimento de novos medicamentos, os avanços nos tratamentos e a compreensão clínica de como a doença progride permitiram que as pessoas com HIV vivam mais e com mais qualidade.

Especialistas ouvidos pela reportagem ressaltam que, atualmente, a Aids é uma doença controlável e o paciente pode ter uma vida normal, social, profissional desde que faça o uso correto da medicação.

Mas é preciso lembrar que mesmo após 40 anos da descoberta do HIV e apesar de tantos avanços científicos, infelizmente o estigma contra os portadores do vírus resiste. O preconceito é um dos principais problemas enfrentados e muitos não revelam sua condição por medo de sofrerem discriminação.

A reportagem trata também sobre de experiências com vacinas contra o HIV acontecendo pelo mundo, com testes sendo feitos em vários locais, incluindo Curitiba. É um passo importantíssimo.

Mas apesar de toda a informação acumulada nesses 40 anos, há um número alto de novos infectados e de mortes. Não podemos nos acomodar. A Aids precisa continuar em debate na imprensa, nas escolas, universidades, empresas e consultórios. Lembrar é não descuidar.

Obrigada por ler a FOLHA

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