Hoje li o texto que Marco Rossi (professor universitário e colunista da FOLHA) publicou sobre Walter Benjamin (Walter Benjamin no Brasil, Opinião, 29/05/2023). Meu primeiro comentário é de que o autor poderia, em querendo, dedicar-se à literatura ficcional, pela capacidade que demonstrou de criar toda uma vida para alguém que escolheu desfazer-se da sua própria. Muito criativo em uma área de expressão na qual também me atrevo a cometer alguns textos.

Meu segundo comentário é de que não entendo como se pode tecer loas a uma pessoa como Walter Benedix Schönflies Benjamin, nascido em 1892, quatro anos antes de meu pai biológico, em 1896 - este em Portugal - e que, por medo, aos 48 anos, em 1940, tirou sua própria vida em um quarto de hotel em Portbou, Espanha. Medo de ser entregue pela polícia espanhola aos militares alemães, dos quais fugia, com um grupo, atravessando os Pirineus.

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O seu texto, Marco Rossi, me fez pensar em meu segundo pai - o biológico faleceu em 1961. Em 1962 conheci aquele que chamei, pelo resto da minha e da sua vida de "meu pai emprestado". Ele também estava nos mesmos lugares do Sr. Benjamin, no inicio dos anos 40. Era um cientista, renomado, uma inteligência sem par. Mas, diferentemente do seu retratado, ele não fugiu. Ele ficou e enfrentou tudo que aconteceu.

Foi preso e levado para o local de que o Sr. Benjamin tinha tanto medo. Sobreviveu a toda a pressão para que abdicasse de seus valores e colaborasse com quem o prendia. Não cedeu. Viu muitos morrerem, mas não tirou a própria vida, porque se amparava na sua fé. Foi libertado quando tudo se considerou terminado, casou-se e veio para o Brasil. Formou uma família e ensinou a muitos, muitos, tudo que sabia e que havia preservado.

Eu tive a sorte de encontrá-lo no meio do meu caminho. Devo muito do que sou, hoje, a esse homem. Que não se acovardou, não tremeu, não desistiu. Ele não tem seu nome em uma rua, uma praça ou em um centro acadêmico. Mas há centenas de pessoas que sempre se lembrarão dele com muito carinho e respeito e que contarão para seus filhos e netos a sua história de honra. Obrigado, meu "pai emprestado". Por tudo.

Nina Cardoso (psicóloga) Londrina

Desumano ou desinformado

Percebe-se que as narrativas da então oposição de esquerda ao agora ex-presidente “colaram” forte em boa parcela da população, que, infelizmente, permanece desinformada sobre os fatos ou, em alguns casos, é desonesta mesmo. 1º o governo comprou, sim, as vacinas tão logo estiveram disponíveis – e autorizadas – pela Anvisa para compra. 2º pessoas remexendo lixo para comer, o problema não era novo, e garanto que segue, e se acentua, atualmente. 3º As empresas não foram embora daqui por causa de ações ou omissões do governo federal. Mas o antídoto para essas conclusões falaciosas é bem simples: buscar informações confiáveis, fora da mídia tradicional e desonesta. Só que o que falta, além de honestidade, é vontade, às vezes.

Ruy Carneiro Giraldes Neto (servidor público) Londrina

Privatização da Copel

Se a Copel traz tantos lucros ao Estado do Paraná e ao povo paranaense, por que o governador Ratinho Junior quer privatizá-la?Por que, em sua campanha eleitoral, ele omitiu esta vontade de jogar no lixo um patrimônio tão valioso para o governo? E se a Companhia de Energia Elétrica aqui do Paraná é "do povo", como o governo costuma dizer, por que, então, o governador não faz um plebiscito para saber a opinião dos paranaenses quanto a venda da estatal? Nada mais justo e democrático, ouvir a opinião do povo, de quem o elegeu e de todos cidadãos.

Célio Borba (autônomo) , Curitiba

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