OPINIÃO DO LEITOR: Sobre árvores, parques e chaminés
PUBLICAÇÃO
sábado, 16 de março de 2024
EQUIPE DA FOLHA
As manchetes dão o tom de uma época: os parques estão fechados, abandonados, sem condições de visitação; construções de época estão desaparecendo; áreas de convivência definham em meio ao mato e ao lixo.
Lamento o quanto perdemos com essa situação, pois em muitas cidades menores que Londrina, temos parques visitáveis, locais turísticos, áreas verdes, tudo isso com comércio ativo no entorno, gerando renda e lazer.
Bem, aqui é um pouco mais complicado. Somos a cidade que não preserva. Deixamos monumentos históricos, museus, parques e árvores serem tragados pelo progresso.
Um prédio público vai ser reformado? Uma loja nova vai abrir as portas? Pode cravar aí: as árvores no entorno vão desaparecer, assim como qualquer elemento histórico alocado na área. Essas coisas não têm lugar no progresso pé vermelho. Somos o povo que odeia a natureza, joga-a de lado, plantando arbustos onde antes haviam árvores saudáveis, descuidamos dos nossos parques, as praças vivem em abandono.
Aqui, locais históricos vivem prestes a dar lugar ao empreendimento de sucesso da vez, isso quando não ficam abandonados acumulando lixo por anos e anos. A arrecadação é recorde, os investimentos não. A fiscalização então nem se fala.
O professor Carlos Roberto, na carta da edição de 11 de março ("Sombras"/Página 3), foi preciso: ninguém pensa no bem comum quando vai planejar ou construir. No futuro próximo, sombras de árvores vão fazer falta. Igualmente o farão os parques, os locais históricos e as praças. Dificilmente nós vamos cobrar investimentos dos nossos políticos nessas áreas.
Mas tá tudo bem, o skyline de Londrina pode acabar ganhando mais um elemento visual com a construção de um novo prédio de 20 ou 30 andares muito igual aos outros. Ou uma esquina histórica qualquer pode acabar dando lugar a mais uma farmácia ou galeria de lojas com suas calçadas nuas e o chão em brasa.
L.R. Silva, escritor, Londrina.
Cultura na pauta
Nos últimos dias, duas matérias da Folha de Londrina sobre o debate em torno da lei do Patrimônio Cultural e da retomada nas obras do Teatro Municipal chamaram a atenção.
A proposta de audiência pública em torno do tema e dos ajustes na lei por meio do PL 230/2023 oportunizam sugestões da sociedade e que a mesma e a própria comunidade cultural aprofundem o conhecimento acerca da legislação.
Em 13 de março, a reportagem assinada por Maria Eduarda Panobianco destaca a importância vital do Teatro Municipal para a cultura de Londrina e toda a região, aborda a sugestão do nome de Nitis Jacon para o espaço e as perspectivas de retomada das obras. Na gestão do ex-prefeito Barbosa Neto e enquanto secretário municipal de Cultura assinamos juntos a licitação que permitiu a etapa inicial.
Por isso e pelo lugar que ocupa no cenário nacional, a cultura de Londrina merece estrutura e suporte para brilhar cada vez mais.
Aldo Moraes, músico, escritor e ex-secretário de Cultura de Londrina
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