Passo em frente aos barracões da travessa Belo Horizonte. Devagar. A impaciência de alguns resultou na demolição do conjunto da esquina com a rua Paraíba. Entre vigas de madeira, tijolos maciços e maquinário com espirais de ferro, restaram firme três empenas simétricas. Tem janela em meia lua. São visíveis a partir da avenida Leste Oeste, antigo caminho de trem.

Lembro pronto do “Colossinho” na saída para Cambé. Era a estrutura que restou da demolição do ginásio de esportes do pioneiro Colégio Londrinense. Pareciam garras apontando para o céu. Anos depois foram finalmente derrubadas, apagadas. Não permaneceram nem mesmo como nome de edifício ou bar das redondezas.

Aqui um fato pouco conhecido. Uma estátua/busto do fundador Jonas Farias de Castro foi instalada na praça em frente ao Colégio Londrinense. Ficava de frente para o terreno. Na última reforma da praça, giraram o busto em 900. Agora, voltado para a rua Quintino Bocaiuva, dá as costas ao Colégio que fundou. Vamos perdendo assim referências simbólicas históricas. Melhor retornar à visada anterior.

Esperamos um futuro melhor para a fachada remanescente dos barracões. Marcavam solenemente a vista de quem circulava de trem pela região.

Humberto Yamaki (arquiteto) Londrina

Vossa excelência, o eleitor

O debate na maior cidade do país é, em grande parte, reflexo do que acontece em muitas cidades. O debate na eleição é para se mostrar ideias e projetos para melhoria da população. Todavia, muitas vezes, o objetivo parece ser apenas eliminar os adversários. Quanta violência e mortes Brasil afora para ganhar uma eleição. É preciso que se coloquem promessas possíveis, sem querer ludibriar o povo tão almejado e, paradoxalmente, tão esquecido. Eleição é o tempo de lembrar de um povo sempre esquecido. Voto não se compra, não se vende; voto é procuração por tempo determinado. Como um antigo jargão, vamos mudar e depois da eleição tudo fica do mesmo jeito.

Manoel José Rodrigues (assistente administrativo) Alvorada do Sul