Na edição de quarta-feira, 27, o professor de socioeconomia Luís Miguel Luzio dos Santos teve seu artigo “Retrospectiva socioeconômica 2023” publicado pela Folha de Londrina. Nele, o professor da UEL cita diversos indicadores divulgados pelo IBGE para sustentar sua afirmação de que o ano de 2023 foi para “arrumar a casa e, principalmente, recuperar a estabilidade institucional ameaçada em anos precedentes”.

Mas há outros fatos e números que impactaram diretamente a população brasileira, e este artigo visa complementar a informação.

O ano de 2023 apresentou um déficit primário de 234 bilhões de reais, motivado pela sina desse governo em elevar os gastos estatais a alturas ameaçadoras. O próprio presidente Lula gastou mais de R$ 1 bilhão apenas em viagens pelo mundo levando consigo uma comissão com dezenas de pessoas.

O prejuízo das estatais superou os R$ 5,6 bilhões no mesmo ano e o Brasil superou a Argentina e se tornou o país mais endividado da América Latina. Se o país apresentou alguma chance de recuperação foi motivada pelo agronegócio, um dos setores que enfrentam atualmente enorme perseguição ideológica por parte do governo federal.

O Brasil sofreu com o fechamento de empresas, com um acréscimo de 68% nos pedidos de recuperação judicial, maior número desde 2020, o ano da pandemia, levando a um ambiente de estagnação e desaceleração do mercado de trabalho. E mesmo com um cenário desafiador na geração de renda por parte da população, o governo federal avançou contra um dos setores que mais emprega no país, que é o de motoristas de aplicativos, gerando uma verdadeira revolta nos profissionais que têm se mobilizado para manifestações massivas em todo o território nacional.

O brasileiro viu a escalada das arbitrariedades no poder judiciário capitaneadas pelos ministros do STF movendo processos que não seguem os ritos jurídicos previstos na constituição em uma verdadeira caçada à opositores. A violência segue se espalhando pelo país e a insegurança é um temor crescente para todos os brasileiros.

Tivemos ainda a soltura de célebres condenados na operação Lava Jato, aquela que esmiuçou o maior esquema de corrupção da história brasileira e as empresas envolvidas nos escândalos conseguiram novos acordos com a justiça em processos com dívidas que superavam os R$ 8 bilhões de reais.

O professor ainda apresenta uma questão ética no final do seu artigo sobre o que é o desenvolvimento? “Aumentar a riqueza independentemente de quem será beneficiado, ou propor a erradicação da pobreza como prioridade absoluta”. Em uma realidade com a geração de empregos e renda sendo sucateada, com a criminalidade e a impunidade crescentes, com rombos bilionários nas contas públicas e com 3,7 milhões de beneficiários do Bolsa Família tendo seus benefícios cancelados, e outros 8,4 milhões bloqueados, parece que esse governo não está fazendo nem um, nem outro.

Valmor Pedroso da Silva (empresário) Londrina