Ler é o “melhor remédio” para o desenvolvimento intelectual de um indivíduo, seja pelo papel do livro físico, seja pelo ecrã do livro digital. No entanto, é preciso que se aceite a superioridade do papel em vários sentidos. Primeiramente, lembrando que foi por meio do livro físico em papel que a cultura greco-romana adentrou em Portugal e chegou ao Brasil na época seiscentista.

Ambos devem ser considerados, pois nos levarão ao mundo da palavra que nos dá a ampliação de conhecimentos, a resolução de dúvidas e a viagem ao universo da literatura com sua palavra mágica que nos transporta aos devaneios necessários à nossa vida de cada dia.

Não resta dúvida de que o livro físico traz prazeres sensoriais imperdíveis quais sejam a audição: no som do papel ao virarmos as páginas; o tato: no contato tátil com o papel ao percebermos sua textura; o olfato: no cheiro do papel mais velho ou mais novo, lembranças e vivências; a visão: nas letras organizadas trazendo significados diversos. Portanto, pela leitura, há uma junção de sentidos ligados a reações múltiplas e saudáveis.

Mas, também devemos considerar os e-readers, livros digitais, que têm o objetivo da viabilização de leitura, inclusive nos moderníssimos contemporâneos smartphones, tablets, personal computers, que apresentam a palavra numa tela fria, sem som, sem cheiro, trazendo, como no papel, o texto, sem nenhum problema aparente a não ser o próprio ecrã, a própria tela, que em si compromete as membranas plasmáticas das células oculares que, de acordo com especialistas, prejudica as duas principais estruturas dos olhos: a retina e a córnea (Daniella Grinbergas, Veja Saúde, 21/01/2022), causando prejuízos físicos nos leitores dos e-readers.

O uso de computadores pelos sujeitos de nossa sociedade, especialmente se associado à leitura próxima aos olhos, aumenta o risco de problemas com a visão, menciona-se a “Síndrome de Visão Computacional que consiste em visão embaçada e/ou dupla, olhos secos e irritados, levando, em longo prazo, a distúrbios oculares como a miopia” em “Miopia causada pelo uso de telas de aparelhos eletrônicos: uma revisão da literatura”, de Anna Caroline Guimarães Gomes, 2020.

Sendo assim, concluímos que ler é muito relevante para todos os seres humanos de nossa sociedade letrada e a leitura pode ser realizada tanto em livro físico em papel, quanto no livro digital em ecrãs, mas a escolha fica para vocês, caros leitores, decidam-se: por um bom livro físico (em papel) ou por um mais ou menos bom livro digital (em ecrã)?

Neusa Barbosa Bastos, especialista em Língua Portuguesa e Linguística e professora do Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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