Quando o então presidente Jair Bolsonaro reuniu embaixadores de várias nações, sediados em Brasília, para colocar em dúvida a eficácia das nossas urnas eleitorais, ficamos perplexos e sofremos um vexame histórico. Na ocasião, foi visível o constrangimento de uma plateia de diplomatas representantes dos países mais desenvolvidos do planeta. Uma situação ridícula e inconcebível criada pela nossa maior autoridade. Agora, o presidente recém empossado, justamente na sua primeira visita internacional, vai à Argentina e resolve "lavar a roupa suja brasileira" para autoridades sul americanas, fazendo nos corar de vergonha. Desferiu ríspidos ataques pessoais ao seu principal opositor aqui no Brasil e negou a legalidade do impeachment de Dilma, alegando que ela sofreu um golpe. Desnecessariamente, citou problemas internos de restrita responsabilidade dos nossos governantes, como, por exemplo, insinuar que milhões de brasileiros não conseguem fazer três refeições por dia. Tudo isso com uma postura lastimável e de forma vil e rasteira. A guerra dos discursos inflamados entre os protagonistas da mais tensa e horrenda transmissão da presidência das últimas décadas é o retrato fiel da decadência da ética, da decência e do respeito ao povo brasileiro. É o roto falando do mal vestido. Neste caso, o termo fofoqueiro fica leve demais para descrever a gravidade das atitudes desses homens públicos. Todavia, é a palavra que melhor define aqueles que gostam de "lavar a sua roupa suja" na casa do vizinho.

Ludinei Picelli (administrador de empresas) Londrina

Feminicídio

Como uma pandemia que se arrasta há muito tempo em nosso país, a violência contra as mulheres continuou a mostrar que nossas leis e métodos são arcaicos e ultrapassados. Os órgãos públicos emitem nota de repúdio como se isto fosse trazer de volta a vida das mulheres assassinadas em seu direito de ir e vir, no direito de viver. As medidas protetivas de nada servem se não for usada a tecnologia. Em pleno século 21 como as entidades públicas não conseguem rastrear o celular da vítima e colocar uma tornozeleira no provável e potencial assassino? A inteligência é algo tão bonito quando se sabe usar. Um papelzinho escrito "medida protetiva" não vale nada, assim como "queremos justiça" póstuma também não. Quando dois objetos eletrônicos se aproximam de uma distância pré-estabelecida deveria ser acionada os órgãos de segurança, simples assim, como um transponder. A tecnologia está aí para ser usada, inclusive contra esses crimes tão hediondos. Só a inteligência salva uma nação, políticos de Brasília. Quem quer fazer arruma uma maneira, quem não quer arruma uma desculpa. Escrevi esse texto e foi publicado na folha no dia 29 de dezembro de 2020, e assistindo a uma reportagem na televisão vi que tudo que escrevi foi feito igualzinho para se proteger as mulheres, exatamente três anos depois. Se foi copiado ou apenas coincidência, não importa. Mas é muito bom uma boa ideia ser colocada em prática. Só a inteligência salva um povo.

Manoel José Rodrigues (assistente administrativo) Alvorada do Sul

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