OPINIÃO DO LEITOR: Democrata, mas nem tanto
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sexta-feira, 23 de agosto de 2024
É uma grande vergonha para os brasileiros o fato do nosso presidente da República ainda não ter contestado enfaticamente o resultado das eleições na Venezuela. A insistência de Lula em não reconhecer Maduro como um ditador sanguinário também nos causa enorme perplexidade.
Além disso, o banho de sangue prometido e promovido pelo déspota de Caracas, com dezenas de mortes e centenas de prisões, recebeu o beneplácito de um silêncio sepulcral da nossa maior autoridade. Será que Lula vai continuar afirmando que lá vigora um regime democrático, como já o fez várias vezes durante o seu mandato?
Persistindo em querer defender o indefensável, o presidente continuou tentando minimizar o despotismo de Maduro com declarações estapafúrdias; disfarçou Lula: "alegar que na Venezuela não existe democracia é uma narrativa" e "democracia é um conceito relativo". Não contente, às vésperas da eleição, o nosso presidente ainda pediu a "presunção de inocência" para o ditador venezuelano. Um despudor ultrajante.
Concretizado o pleito eleitoral, o presidente brasileiro não acompanhou a comunidade internacional que contestou a reeleição de Nicolás Maduro. Preferiu uma escusa neutralidade, irmanado com um grupo ínfimo de mandatários de países inexpressivos que apoiam regimes antidemocráticos.
Disposto a não ceder no seu deplorável intento de proteger o tirano e depois de assisti-lo massacrando seus oponentes, agora Lula defende o diálogo entre as partes, sugere novas eleições na Venezuela e, pasmem, propõe um governo de coalizão, com a participação da oposição; uma idiotice sem precedentes. São propostas esdrúxulas e infames engendradas pelo chefe da sua Assessoria Especial.
Como acreditar em coalizão num regime ditatorial? Como pretender uma nova eleição, e que seja justa, com opositores presos e exilados em embaixadas? É um devaneio achar que, com o cenário de guerra instalado nas ruas daquele país, com a expulsão de diplomatas e missões internacionais, com as trapaças eleitorais e com a população indefesa e acuada, possam ocorrer eleições limpas; só mesmo na cabeça de dissimulados que colocam as suas ideologias políticas acima dos interesses da nação brasileira.
É repugnante e aviltante a dificuldade que a esquerda brasileira tem para admitir que o regime de governo na Venezuela é totalitário e cruel. E isso nos constrange perante o mundo democrático.
Ludinei Picelli - administrador de empresas
Desafios dos tempos modernos
Parabéns aos senhores Paulo Bassani e Arthur Barbosa Bassani, pelo artigo no Espaço Aberto da Folha de Londrina de 21.08.24. O texto foi uma grande reflexão sobre o capitalismo dos tempos modernos.
Tocaram no cerne do problema da igualdade tão desejada. Sem os radicalismos de esquerda e direita. Mas impondo limites ao sistema que no fundo beneficiaria a todos, buscando a tão sonhada democracia.
Jose Cezar Vidotti (economista) Londrina