Li a o artigo publicado na Folha (12/07) por Domingos Pellegrini ("Casa a Esquecer") e considerei demais desrespeitosa com os/as professores/as da UEL (Universidade Estadual de Londrina). É uma grande ofensa quando diz que professores/as que possuem TIDE não têm certo conhecimento porque não podem ter outros trabalhos além da docência. O autor talvez não saiba que, comumente, além do ensino, se faz pesquisa e extensão universitárias, o que agrega enorme conhecimento e também produção científica.

Como docente aposentada da UEL, há 12 anos, sinto orgulho por ainda produzir conhecimentos científicos e levar o nome da universidade nas publicações que faço e nos congressos. Da mesma forma, acredito que docentes da ativa e, mesmo alguns aposentados/as dão sua importante parcela de contribuição científica ao nosso país. Num mundo onde há muitos políticos corruptos, que solapam dinheiro público, é por demais triste e ofensivo ler que Pellegrini afirma, com desdém, que nossos “custos e salários são pagos por dinheiro público oriundo não só da imensa massa de impostos diretos [...] mas também pela massa de impostos indiretos gerados pelo consumo dos assalariados [...]”.

Domingos Pellegrini talvez desconheça que a perspectiva histórica mais recente vislumbra a inclusão dos chamados excluídos da história (indígenas, pessoas negras, mulheres, etc). O que se pretende mudando o nome para Casa da Memória é dar ênfase à memória, numa leitura mais crítica da história, incluindo outros atores e outros grupos sociais. Não é para esquecer; é para lembrar que foram muitos os atores.

Mary Neide Damico Figueiró, psicóloga e professora Aposentada da UEL

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