A Europa pode ser palco de uma nova guerra. E pior, uma guerra que pode se estender ao mundo. A tomada de usinas nucleares da Ucrânia pela Rússia, como está acontecendo, preocupa a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)- sigla traduzida para o português. O incêndio perto das instalações da maior usina nuclear da Europa ,Zaporizhzhya, na Ucrânia, no início dessa sexta-feira (4), traz muita preocupação na Europa, embora a AIEA tenha divulgado que não foi registrado aumento de radioatividade onde a usina está instalada.
Parece roteiro de filme, mas não é. Mesmo "007 contra a chantagem atômica", com Sean Conery, ou "dr Fantástico", com Peter Sellers, este com o diretor Stanley Kubrick, não fariam melhor. Há uma espécie de desespero pela região da Ucrânia a qualquer custo por parte da Rússia. Por volta de 1993 tinha mais de 1600 ogivas nucleares em seu território. O Reino Unido, os Estados Unidos e a Rússia assinaram, em 5 de dezembro de 1994, com a Ucrânia, o Memorando de Budapeste em que foi acordado que abriria mão das armas nucleares deixadas em seu território. Com isso, receberia segurança e o reconhecimento como país independente. Mais de 500 mil refugiados estão batendo à porta da Polônia (que recebeu em torno de 377 mil ucranianos), Eslováquia, Hungria ,Romênia, Moldávia e Belarus. Uma crise humanitária de enorme proporção.


Se Zigmunt Bauman estivesse vivo talvez escrevesse “Guerra líquida”, pois nem a guerra é a mesma. Em novos tempos a guerra é mais complexa e qualquer movimento brusco pode desencadear efeitos inimagináveis. Talvez a solução fosse a Ucrânia ser um país neutro, (nem Rússia, nem Europa), mas para o ocidente é muito complexo entender aquela região. Uma coisa parece certa: o mundo todo sofrerá com os acontecimentos que se sucederem no norte do mundo.
Dailton Martins (comerciante) Londrina
Foto: Aris Messinis / AFP