Um futuro sombrio no horizonte

No anúncio da Copa do Mundo e das Olimpíadas escrevi que ali seria a grande derrocada do antigo governo e infelizmente estava certo, mesmo tendo outros fatores mais relevantes, como a corrupção, mas enfim esta é a marca indelével de muitos políticos; muitos me criticaram. Agora, prevendo o futuro sombrio e me posicionando com fatos atuais como a venda do pré-sal que será distribuído por todos os entes da federação, sem uma destinação específica para a saúde que mata; o novo pacto federativo que deixa os investimentos em educação e saúde de fora do bolo; a promessa de distribuição de bilhões para daqui a 10, 15 anos e de forma postergada, a diminuição do salário e horas trabalhadas de muitos servidores em um país sem investimentos. Adicione uma pitada neste bolo com mais 15 milhões de brasileiros que atingiram a pobreza extrema e vivem com menos de 145 reais por mês, 12 milhões de desempregados e os bancos que atingiram o extremo da faixa da riqueza. Nem um centavo de diminuição dos salários milionários e mordomias da classe política como sinal de sacrifício pela causa. Acho que não sou profeta, mesmo velho, talvez tenha um pouco de senso de ver o que muitos apaixonados politicamente não querem enxergar. O pior cego é aquele que enxerga só o que convém ver. Existem certas injustiças que se a gente não falasse as pedras gritariam.

Manoel José Rodrigues (assistente administrativo) Alvorada do Sul/PR

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Democratas fajutos" e "Nazismo"

Permito-me dois comentários: primeiro - todo democrata genuíno aprovaria o artigo do sr. Almir Rodrigues Sudan, publicado no ESPAÇO ABERTO de ontem: "os que não admitem o pluripartidarismo e não respeitam a crítica, seja ela de quem ou qual for, são democratas fajutos", pois resume uma verdade. De fato, os falsos democratas não suportam críticas, por mais construtivas que seja; vivem no sectarismo dos que se acham donos únicos do saber, por isso se ofendem. Vestem com facilidade a carapuça, são recalcitrantes. Segundo: o sr. Paulo Briguet (Avenida Paraná, de hoje) aceita a desculpa de Roberto Alvim de que "houve apenas uma coincidência retórica e que jamais citaria Goebbels". Pouco antes, no mesmo artigo, afirmara que "Roberto Alvim fez um discurso ardorosamente nacionalista". A um observador atento, para Briguet, Alvim só errou na música de fundo. O que isso significa? Embora nem sempre concorde com Cláudio Humberto, ele acerta na análise que faz em sua coluna, também desta data: "se não copiou, é pior: Alvim pensa como Goebbels"...E enfatiza: "o secretário mostrou que não é só uma figura medíocre, que copia e cola frases alheias sem o menor pudor, mas alguém que pensa exatamente como o nazista". Por fim, resta corrigir uma informação do sr. Briguet: Roberto Alvim não pediu demissão; Bolsonaro, que o admirava, foi constrangido a fazê-lo diante da imensa repulsa que o desastrado pronunciamento provocou no Brasil e no mundo.

Rubens Chiaroti (advogado) - Londrina

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HÁ 40 ANOS - 22 de janeiro de 1980

Step by Step II

A propósito da reclamação de um leitor contra os preços cobrados pela boate Step by Step, esteve ontem na Redação da FOLHA; o gerente do estabelecimento, que afirmou não haver nenhum exagero nos preços que foram cobrados. Ele disse que, ao contrário do afirmado pelo leitor, não foi um litro de Campari e sim dois consumidos. E que foram efetivamente 14, as doses de San Rafael que o grupo ingeriu. Lembrou que as medidas são tomadas por base o litro. Por exemplo, quando o cliente ocupa uma mesa, recebe sempre um litro d bebida pedida e que, ao final, ele paga de acordo com o que consumiu, em termos do litro e não de doses. Quanto aos preços cobrados pela boate O gerente observou que o estabelecimento funciona durante a noite toda, terminando, muitas vezes uma sessão às 6 horas da manhã, oferece inteiras condições de conforto e música em excelente aparelhagem e, por isso mesmo, não pode adotar os preços dos estabelecimentos comuns. “Os nossos preços são fixados de acordo com o padrão do serviço que oferecemos - disse, acrescentando, ninguém é obrigado a frequentar a nossa casa, mas os que frequentam sabem que serão bem atendidos e se dispõem a pagar pelo conforto e entretenimento que oferecemos”.