Sobre o artigo (Bomort-38 se impõe ao covid-19, do jornalista José Antonio Pedriali), se preocupe, por gentileza, com o momento crítico que vivemos, contribua com algo que ajude a espantar o medo e o pânico. Nos ensine, sugira algo, esquecendo, por um tempo, a política, principalmente a que vagueia debaixo das mesas. Vivemos dias tenebrosos e seus artigos só pioram e inflamam os ânimos. O texto não ajuda, aliás só piora as coisas, pois, o senhor insiste em "martelar" a cabeça do povo, sendo mal educado, desrespeitoso e usando palavras que ferem. Lembre-se que faz parte do povo, e, se o governante de seus sonhos não está no poder, paciência. Basta eleger outro ou, se entender melhor, "derrubar" o atual. O momento exige proatividade e compaixão. Não há lugar para beligerância, açodamento. Se o presidente gosta, eu, não. Não se esqueça que o ódio, reside nos dois ou três lados. Por favor, neste tempo negro, como formador de opinião, seja um pacificador, deixando de lado a virulência verbal.

Antonio Valeriano Antunes Lopes, auditor aposentado do MP (Londrina)

A pandemia do egoísmo

A eminente ameaça do covid-19 fez o Brasil se deparar com uma "nova" pandemia. E não trato aqui de um vírus, mas de algo mais letal, a pandemia dos egoísmos. De um lado desta pandemia nós temos aqueles que, tomados por um medo egoísta, esvaziam as prateleiras de mercados e farmácias, criando para si grandes e desnecessários estoques. Mas o que vai sobrar da mesa de poucos vai fazer falta da barriga de muitos. De outro lado, também tomados pela pandemia do egoísmo, vemos aqueles outros que continuam levando suas vidas normalmente. Isso porque tais pessoas, em muitos casos, não se encontraram dentro dos grupos de risco, mas com isso assumem a possibilidade de serem risco para os outros. Tomás Hobbes, filósofo contratualista do final do século 16, expôs brilhantemente que numa vida selvagem "somente os fortes sobrevivem". O homem do final do século 16 e início do século 17, para Hobbes, era aquele que via a necessidade de sair da animalidade, de uma "guerra de todos contra todos" e iniciar uma vida em sociedade. Com a união a fraqueza do mais forte se fortalece, bem como a força do mais fraco pode aumentar. Em tempos como este presente, se faz necessário não descartarmos o nosso nó(s) social. Com união é possível vencer o covid-19, mas sem união não precisamos nem mesmo desse vírus para nos destruir!

Patrick Vaz, bacharel em filosofia (Curitiba)