“O Brasil está agora no pior momento da pandemia!” Ouvimos isso todos os dias, praticamente desde quando a pandemia começou. Sim estamos sempre no pior momento porque quem deveria zelar pelo país está sempre preocupado com outras coisas, como a preocupação de passar uns dias na cadeia, exatamente o que deveria acontecer com todos os deputados que passaram os últimos dias articulando uma imunidade ainda maior para poder deitar e rolar – digo, deitar e roubar - às custas do povo.

Estamos no sempre pior momento porque quem deveria dar exemplo está sempre sem máscara, também sempre preocupado com outras coisas como o comércio de armas quando o que precisamos são vacinas!

Estamos sempre no pior momento também porque não agimos como cidadãos dignos exigindo que os ocupantes de cargos eletivos façam o que são pagos – muito bem pagos – para fazer: cuidar deste país!

Rubem de Oliveira Cauduro (professor) Londrina

Posturas malignas

Justamente no dia em que o país registrou o triste recorde de 1.582 mortes em 24 horas, passou da angustiante marca dos 250 mil óbitos e a estrutura hospitalar sinalizou para o colapso, nossas autoridades governamentais chegaram ao ápice da insensibilidade, da crueldade, da irresponsabilidade e do desprezo pela vida humana. Ao invés de buscarem soluções urgentes para a lentidão desesperadora na aquisição de vacinas, eles estão olhando para os seus interesses pessoais e promovendo a desinformação no combate à pandemia. De costas para o sofrimento e o luto dos brasileiros, os deputados federais passaram o dia em Brasília tentando aprovar a "toque de caixa" uma lei que lhes conceda ainda mais imunidade (e impunidade), uma espécie de foro superprivilegiado, restringindo quase a zero a possibilidade de prisão e responsabilização pelos seus atos criminosos. No Senado, a votação da PEC do auxílio emergencial foi adiada, como se as necessidades extremamente básicas dos mais necessitados pudessem esperar. E, para coroar o show de perversidade do dia mais letal da pandemia para o Brasil, o presidente Jair Bolsonaro, numa atitude absurda e inconsequente, intensificou o seu costumeiro mau exemplo e a sua pregação para os brasileiros não usarem a máscara. A dramaticidade da situação só aumenta com esse insuportável comportamento de quem deveria abraçar essa causa e trabalhar para minimizar o nosso terrível martírio.

Ludinei Picelli (administrador de empresas) Londrina