Imagem ilustrativa da imagem OPINIÃO DO LEITOR - Londrina, terra dos fotógrafos
| Foto: iStock

Londrina é terra de muitos valores humanos. Gente que estuda, trabalha, sonha, movimenta a cultura. Pessoas, continuamente construindo histórias ao longo da vida com seu modo de pensar, ver e registrar gente, coisas, acontecimentos, a cidade, a zona rural. Pessoas que escrevem, fotografam, fazem cinema, estudam esses movimentos, dedicam-se a atividades diversas.

Volto-me ao universo da fotografia, especialmente. Na nossa cidade há o Foto Clube de Londrina que já completou 50 anos, estando em pleno funcionamento. Com a pandemia, as reuniões passaram a ser na modalidade online, as saídas fotográficas não aconteceram, mas avançamos em estudos na área de imagens. Há que se destacar o fato de contarmos com dois associados pioneiros: Antonio Ferreira e Angelo Portello fizeram parte da criação do fotoclube.

Um desses associados, Armínio Kaiser, deixou uma coleção fotográfica impecável. Ele documentou a época de ouro da produção de café em Londrina e região. Meticuloso, guardou fotografias impressas, material escrito acerca desse trabalho, bem como slides que produziu a respeito. Trata-se de acervo que hoje se encontra no Museu Histórico de Londrina. A Globo News já divulgou documentário a respeito e há um outro, na Internet, no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=cmRVUWf6G04

Outro nome a ser destacado é Haruo Ohara. Sobre esse fotógrafo, a Wikipedia traz: “Haruo Ohara (Kochi, 1909 – Londrina, 25 de agosto de 1999) foi um agricultor e artista nipo-brasileiro, notado por seu trabalho no campo da fotografia. É considerado um dos fotógrafos mais expressivos do Brasil.”

No acervo deixado por Haruo Ohara, há cerca de dez mil negativos coloridos, oito mil negativos em preto e branco, dezenas de álbuns e centenas de fotografias de época, além de equipamentos fotográficos, documentos e objetos pessoais, incluindo diários e livros, sob os cuidados do Instituto Moreira Salles (IMS) desde 2008.

A obra deixada por Ohara é poética e, ao mesmo tempo, como a de Armínio Kaiser, sensível, social, marcadora de um tempo e lugar vividos por alguém de olhar atento e com características estéticas ímpares. Esses dois fotógrafos mencionados já têm seus nomes inscritos na História. Um documentário produzido pela cineasta Tisuka Yamasaki analisa essas fotos com olhar de quem trabalha com imagens cinematográficas. O documentário consta no endereço: https://youtu.be/K0InWGMHcik

Estudiosos da fotografia como o professor doutor Paulo Boni, também se destacam no cenário nacional. Muitos outros fotógrafos documentam a vida na cidade em nossos dias. Eles vão, cada um a seu modo, desenhando a cidade, o município e região, com seus cliques fotográficos, jeito de ver o mundo, lida com a câmera. Londrina cresce fazendo histórias!

Lucinea Rezende é professora aposentada da UEL, doutora em Educação e fotógrafa em Londrina