Hier ruht... (Aqui jaz...). Lápides de pedra grés vermelha no cemitério do Patrimônio de Heimtal trazem gravadas histórias e códigos de pioneiros. O “Patrimônio de Heimtal” [1929] foi a primeira povoação projetada pela CTNP no empreendimento do Norte do Paraná. Era a sede do “Núcleo Colonial Heimtal” [1930]. Seguia cláusulas do Decreto de Colonização (1907).

Visitei recentemente o local. O cemitério histórico abandonado apresenta estruturas tumulares amontoadas. Faz refletir sobre as asperezas da terra vermelha. É preciso repensar as maneiras de preservar essa expressão de valores culturais e tempo. Estruturas tumulares antigas não podem ser consideradas apenas “jazigos abandonados que deixaram de pagar taxas de manutenção”. Estão em estado precário. Muito além da possibilidade de providencias de familiares e intervenções imediatistas. O cemitério do Heimtal precisa de apoio e estratégia para dar continuidade ao tempo.

Humberto Yamaki (coordenador do Laboratório de Paisagem da UEL) Londrina

Ataques à Petrobras

A notícia escandalosa de que a Petrobras obteve lucro de mais de 3.700% no último trimestre não teve a devida repercussão. “Especialistas” no assunto apressaram-se em defender a paridade de preço internacional e alertar que os combustíveis estão defasados, portanto, devem ser reajustados novamente. O sacrifício que os brasileiros têm feito para abastecer seus carros, caminhões e motos não é levado em conta nas suas planilhas. Mesmo o etanol está abusivo. A história de quase 70 anos da estatal também é ignorada. O que vale é a lei do mercado, como se o capital privado tivesse sua própria constituição. O novo presidente da Petrobras (terceiro em três anos), afirmou que novamente serão pagos dividendos bilionários aos acionistas, e que “os lucros são altos devido à venda de ativos da empresa”. Ora, acionistas devem receber frações sobre o lucro líquido, e não recursos da venda de ativos, afinal, eles não se tornaram donos do patrimônio da empresa, construído com investimentos advindos dos brasileiros, que pagam impostos ao Estado. O presidente da República e seu posto Ipiranga estão fazendo campanha aberta contra a maior empresa brasileira, no intuito de entregá-la de bandeja a grupos transnacionais, lesando a pátria de forma pusilânime, com a cumplicidade de muitos, inclusive da imprensa. Privatização no Brasil virou sinônimo de estelionato. Investem com recursos do BNDES, recebem subsídios escorchantes, sonegam impostos, o risco é zero e ninguém presta contas à sociedade. Paulo Francis já dizia: “A culpa não é deles, é nossa!”.

Sandro Ferreira (representante comercial) Ponta Grossa

Os artigos, cartas e comentários publicados não refletem, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina, que os reproduz em exercício da sua atividade jornalística e diante da liberdade de expressão e comunicação que lhes são inerentes.

COMO PARTICIPAR| Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. As cartas devem ter no máximo 700 caracteres e vir acompanhadas de nome completo, RG, endereço, cidade, telefone e profissão ou ocupação.| As opiniões poderão ser resumidas pelo jornal. | ENVIE PARA [email protected]