Como um filme trash, todo começo de ano as tragédias com alagamentos ou deslizamentos acontecem nas grandes cidades. Como sempre na classe mais pobre, nos pobres pendurados nos morros, na beira dos rios, jogados à própria sorte, invisíveis mesmo, porque o poder público não vê as construções irregulares, o perigo iminente, afinal casas demoram alguns dias para serem feitas. Vidas ceifadas, a perda do pouco que se conseguiu juntar em poucos minutos, o desalento. Vida triste de um povo que não tem um comando, um braço forte a conduzi-los. E seguimos com enredo pronto para o ano seguinte, sem solução, como uma roleta russa onde sempre a pobreza entra com o pouco que tem e as vidas. Já estava me esquecendo, o poder público, via político incompetente, entra com sua incompetência, sua marca indelével. O pior cego é aquele que vê e não quer enxergar a realidade por comodidade. O filme a ser exibido no ano que vem já tem título "A vida por um fio" ou "Encontro marcado".

Manoel José Rodrigues (assistente administrativo) Alvorada do Sul

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