Vai completar na próxima sexta-feira, 26 de fevereiro, um ano do anúncio do primeiro caso de Covid-19, no Brasil, de lá pra cá, o que vimos foi um festival de esgrimas entre os adeptos da ciência e os negacionistas. Até aqui a batalha tem sido desigual e os estragos que os negacionistas têm causado são imensuráveis. Os esforços daqueles que creem na ciência é recompensador e, ao mesmo tempo, frustrante, na medida em que os negacionistas conseguiram atrasar um planejamento nacional de imunização em massa da população brasileira. Míopes que são, os negacionistas não se deram conta que o Brasil, membro do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) faz parte do bloco de países que produzem e exportam vacinas e têm uma longa história de campanhas de vacinação bem sucedidas. A matéria do repórter Vitor Struck, que trata de surtos em duas escolas, reforça uma reflexão. Hoje, com o esgotamento de leitos de enfermaria, de UTI, de insumos, de EPI e, o mais perigoso dos esgotamentos, o das equipes que estão à frente na batalha contra o Covid-19 e, caso se encontre em nossa cidade, a variante P1, Londrina estará em uma encruzilhada: ou relaxa as medidas ou restringimos a circulação de pessoas adotando um ‘lockdown’ total. Não é o que se quer, é quando a realidade se impõe.

Lidmar José Araujo (cientista social e conselheiro estadual de Saúde)

Petrobras e o mercado

O que me chamou atenção nessa barbeiragem do atual inquilino do Palácio do Planalto na Petrobras foi a reação do tal mercado, não pelo uso legítimo de uma prerrogativa presidencial, mas pelo fato desse mesmo mercado nunca ter se escandalizado diante de um político que exaltava a ditadura militar, elogiava torturadores, batia continência para bandeira estrangeira, fazia pouco caso da pandemia e de 250 mil brasileiros mortos, ironizava o uso de máscaras, fazia apologia das armas, enfim, sempre se mostrava e se prova despreparado e desqualificado para o cargo, pelo qual esse mesmo "mercado" o apoiou em 2018. À vocês, eu digo: criaram o monstro, agora o embalem. O Brasil não vive numa ditadura do Supremo nem do Congresso. Vivemos na ditadura do mercado e o seu principal líder é o ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem levado o país ao pior desastre econômico desde o saque da poupança do Plano Collor. Creio que sua intenção é sabotar o Plano Real, dolarizando nossa economia, levando-a à ruína, como ocorreu na Argentina, que perdeu sua soberania monetária e nunca mais teve estabilidade econômica.

Sandro Ferreira (representante comercial) Ponta Grossa